QUANTAS SAUDADES MEU PAI
Meu pai eu lembro; eu era pequenino
No seu colo eu chorava; e ele me confortava
Morávamos num rancho de chão, empoeirado e improvisado
Meu pai era um trabalhador, um desbravador de matas
Vivíamos na pobreza num sítio no interior do sertão
Ele se sentia impotente em dar conforto, pra mim, minha mãe e minha irmã.
Eram tempos difíceis; faltava quase tudo pra nos
Mas meu pai não parava de lutar, trabalhava muito
Não queria deixar faltar comida em nossa mesa
Meu pai foi um guerreiro, sem máquinas e sem tecnologia
Plantava cereais com a força dos seus braços
Sertanejo, camponês, matuto, originário da terra
Quantas saudades meu pai, quando lembro, eu choro
Foi o senhor meu pai que me deu a educação que tenho
Nos intervalos do nosso trabalho, conversávamos
Dava conselhos, me ensinava ás coisas da vida
Muito conselheiro, muito amigo, era mais que um pai pra mim
Quando eu fui criado não existia tanto afeto, éramos xucros
Um tempo em que era vergonha dar um abraço ou um beijo
Quanta ignorância nos cercava, nos proibia.
Hoje meu pai não esta mais conosco
Se o senhor estivesse aqui meu pai, seria tudo diferente
Queria te abraçar, te beijar com todo meu carinho
Agradecer por tudo o que o senhor me fez e me ensinou.
Papai é para o senhor esta homenagem
Que tirei com amor do coração
Obrigado meu pai a onde estiver
Você foi um companheiro, um amigo, um irmão.
Parabéns meu pai pelo seu dia
Meu abraço e meu beijo
Ao senhor; ARNO MERGENER.
30/10/2010
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