RECADO AO POETA MAIOR OTÁVIO PATUÇO

Poeta Otávio,

Hoje parei pra ouvir música e tomar vinho,

E sozinho li teus versos

Côncavos e convexos da alma.

Poeta,amigo meu,Poeta,

O poema era um vôo solitário,

Falava de um mundo imaginário

Onde reinava a fantasia,

Enquanto a lágrima de um anjo

Era servida em praça pública

Numa taça de orgias.

Li teus versos de areia e mágoa

Sorvendo lágrimas de sangue

Destiladas de tuas veias.

Exangue,doando-se em sacrifício,

À pena de duro ofício

Fez com que o anjo resistisse.

Oh,Poeta,como você mesmo disse:

"Necessário se faz viver de forma poética..."

Mas sei que longe da métrica

Tu és humano,pai e filho,

E que também luta por um mundo perfeito.

Em teu peito ainda existe

Aquilo pelo que o anjo resiste

E que chamamos esperança.

De tua dor,anjo intranquilo,

Sei que és humano,pai e filho...

Mas anjo,plantando amor

Nos sonhos de toda criança!

Gilberto de Carvalho
Enviado por Gilberto de Carvalho em 15/04/2010
Reeditado em 15/04/2010
Código do texto: T2199322
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