Réquiem para Michael Jackson

Portela/Dudda

Qual é mesmo, em verdade, o evento que ocorrerá hoje em Neverland?
Um enterro de faz de conta na terra do nunca?
Com certeza, não será o enterro daquele negrinho bonito e alegre que cantava em grupo, em Indiana, de voz afinadíssima! Não! Aquele há muito foi sepultado. Na minha opinião, pelo seu empresário, o próprio pai.
Acontece hoje, sim, o sepultamento de alguém que nunca viveu, nem tampouco conheceu as preciosidades das coisas simples da vida.
Um menino sem cor ? Não. Ele tinha cor, sim. A cor dos traumas de uma infância não vivida.
Aplaudido, explorado e, talvez, nunca amado!
Riquíssimo, pobre menino Michael.
Será que em algum momento de sua vida alguém lembrou-se de lhe apresentar a Deus?
Choremos sua perda, ao som de Ben, mas não esqueçamos de recomendá-lo, - não como artista-, mas como filho, ao verdadeiro Pai.