Poeta rei
O poeta transcende o próprio homem,
dá sonho, coração rouba, sobeja...
Reina ouvindo dos súditos amém
levando-os a morder como quem beija.
Seus desejos superam o esplendor,
fictícios camuflando como seja
um astro perfumado de candor
que em lágrimas de risos só flameja.
Que fome de infinito tal rei alberga,
das manhas de ouro, plácidas cerejas
de licores que acendem tantas cores!
Em mero verso o mundo ele carrega,
vibra ao sonho em suas febres benfazejas
plantando aroma em torno dos amores.
Inês Marucci