GUSTAVO ARAGÃO 3 (Um comentário que me enche de alegria e orgulho deste ser poeta que é meu amigo Guga)
É chegada a hora do poema revelar-se dominante (?) Eis o dia “D” lançado aos vossos pés Vai-se deglutindo horizontalmente os seus (in) cantos Quando o melhor seria verticalmente degluti-los É preciso cabeça zás e pensamentos livres Para acompanhar as horas zás-traz e os poemas flashes Que agora nos trazem a ousadia de tempos modernos, Mas também vossos esplendores magnânimos Que tornam estrito o que era lato Genuncircunflexado vos louvo Ó deus da pá lavra que o meu ser Im – Pã – zi – na de reflexões lucíferas E ilumina o que em mim se exprime Desexprimindo-o em palavras humanas Salve, ó deus sintético O mundo que em vão se distrai a caminhar por um chão repleto de eus e ais Salve, ó deus, os poetas Que reduziram-se a detritos, A palavras ocultas, A pó, A seres afônicos, Que, por serem altamente grafos, Se perderam na cosmolíngua, que os consome vorazmente E que travam injustamente uma fatídica batalha com o deus KOM UNIK ASSÃO que vos aplica uma super-dosagem de morfina conativa letargiante. Perdoai-me de todos os pecados cometidos, Ó deus do instrumento, que fecunda e fertiliza o meu ser e semeia em mim a luz do saber universal. Fazei de mim um instrumento vosso para que eu possa Falar ao mundo o próprio mundo e o mundo que em mim se revela E que não mais cabe, Revestidos de palavras azuis com o sabor de auroras taciturnas. Gustavo Aragão
Enviado por Gustavo Aragão Cardoso (não autenticado*) em 16/04/2009 10:27