ÀS MÃES ESQUECIDAS

Hoje quero me fazer filha amorosa. Não de minha própria mãe que comemoro todos os dias por tê-la, mas daquelas que foram de amor abandonadas pelos próprios filhos.

Fazer-me filha das mães de filhos rudes, que foram machucados pela vida, que se fecham em seus sofrimentos, esquecendo daquela que continua lhe dedicando seu destino e vida.

Querida mãe sofrida, querida mãe tão esquecida, trago-lhe um pouco de amor, de solidariedade.

Sinto rolar suas lágrimas principalmente neste dia, sentindo-se esquecida no mar de entrega que o destino lhe traçou.

Mas saiba querida mãe, que a pretensa ausência e esquecimento de seu filho, o rude tratamento que ele lhe dispensa é somente uma armadura para que conviva com o próprio sofrimento e amargura.

A vida traça nossos caminhos, mostra-nos em sua aparente frieza que temos lições para aprender, que temos que ser os guerreiros de nosso caminhar.

E você mãe, tão dedicada, ainda se sente culpada pelas mazelas da vida de seu filho.

Ah! Querida mãe... De nada adianta pensar assim!

Pudera o seu filho enxergar a dádiva de tê-la cuidando, amparando seus dias, tragando junto com ele o fel que ele próprio destila.

Hoje, porém, é dia de comemorar o milagre de ter gerado uma nova vida, o milagre de ser mãe todos os dias, numa eterna doação de amor.

Saiba querida mãe que estou ao seu lado, nessa luta sem fim, orando para que seus sofrimentos acabem e que você realize o seu sonho de ser feliz!

Santo André, 02.05.05 – 12:43 h