MEU VÔ MUITO AMADO.

HOMENAGEM AO MEU VÔ ( *15/02/1910 – T 10/09/2008 )

Seu nome? Manoel Gimenez.

Vô te amo tanto...

Não consigo senti-lo morto,

Mas vivo em minhas recordações

Lembranças doces e alegres.

Eu pequena, o senhor tão alto...

Segurando minha mãozinha,

Que dentro da sua era minúscula

No sábado já ia para sua casa...

Onde para mim era sempre uma festa!

Onde reencontrava primas e tias...

Vó Antonia e o senhor, sempre tão carinhosos,

Enchiam-me de mimos e dengos

Sábado à noite era dia de: pizza...

Lembra de uma época que eu não gostava de orégano?

Fazia questão de pedir a pizza de mussarela:

Sem orégano, mesmo achando sem gosto...

No domingo levantávamos cedinho e lá íamos

O senhor e eu andarmos... Lembra?

Íamos à feirinha, onde me comprava frutas,

Aliás, era o único dia que eu comia uma fruta que não fosse laranja.

Lembra quando fomos ao horto florestal, a pé?

Da feirinha fomos andando...

Já bem próximo comprou frango assado e pão.

E fizemos pic-nic, nós três

O senhor, eu e a Rose que ainda era menor

E às vezes nos acompanhava.

Mas eu gostava de irmos só nós dois.

Sentia-me importante a amada

Depois fui crescendo, cheguei perto de sua altura,

Afinal sou sua neta mulher mais alta.

Podemos nos olhar, olho no olho,

Mas na sua frente ainda me sinto aquela menininha.

Seu sorriso fazendo seu bigode se mexer.

Quando pegava escondidas as panelas da vó

Que brilhavam como espelho,

Para brincarmos com terra,

Ela ficava brava, e o senhor ria...

Gostava de provocá-la só para ver aqueles olhos azuis mudarem de cor

Eu a puxei vôzinho, os meus também mudam

Conforme meu estado de espírito...

Cresci lhe dei duas bisnetas e até no momento

Três tataranetos que o senhor chegou a conhecer,

A vó não Deus a levou bem antes de ver as bisnetas...

O senhor para mim sempre foi e será

Um gigante, uma fortaleça,

Dignidade e honestidade em forma de ser humano.

Foram 98 anos e seis meses de uma digna vida.

Quase um século...

Onde exemplos ótimos eu absorvi.

Não agüentei vê-lo sofrendo, principalmente

Conhecendo-te tão bem, sei o quanto sofreu...

Por não poder andar, ter que ficar deitado,

Com dor, completamente dependente dos outros.

Mesmo elas sendo suas netas...

Sei que foi muito difícil aceitar.

Hoje mesmo com a grande dor da perda,

Vôzinho linda saiba que:

Não consigo te lembrar nesse finalzinho

Tão sofrido o qual a família sofreu junto,

Mas só consigo lembrá-lo lindo, com seu bigodão,

Sorrindo, fazendo peraltice provocando a vó

Todo sorridente e feliz quando me via

E sempre falando:

-Valeu filha! Valeu!

Pois hoje e sempre repito sua frase:

-Valeu meu amor, valeu!

- Beleza, vô, beleza!

Amo-te eternamente

Tenho certeza que um dia reencontraremos...

Autora (Cyda Ferraz)

Cyda Rigamonti
Enviado por Cyda Rigamonti em 01/12/2008
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