OBAMA

Não faltam páginas em livros, em jornais, na internet e onde mais for para dizer quem é Barack Obama. Outras surgirão aos borbotões, pois agora ele é o Presidente da orgulhosa nação norte-americana.

Esse orgulho tem mais razão de ser. A América merece todo o respeito, sejam quais forem os seus pecados, grandes ou pequenos.

A nação de Obama demonstrou que tem sentimento, que é humana, responsável e que ama mesmo a Liberdade. A estátua se agiganta. As pátrias falam a mesma língua. Do Norte ao Sul da Terra, o povo vibra.

Eu disse o povo. Sim, pois não faltarão estudiosos procurando descobrir causas e conseqüências desse gesto norte-americano, elegendo seu filho de pele escura, colocando dentro da Casa Branca a família morena, mulata, ou como queiram chamar. Que marco na História!

Não importa o que digam cientistas e estudiosos que forçam motivos, que não percebem a luz do sol de uma manhã de verão.

É tão simples notar que é o povo que adentra o Poder, é o povo que agora se assenta em seu legítimo trono, construído com o seu suor, suas lágrimas, suas perdas e humilhações.

Não importa que Obama venha a cometer enganos, todos cometemos. Não importa que a economia fracasse, fracassou tantas vezes. O dinheiro da economia é nosso.

Tudo que existe e vem sendo construído ao longo dos anos foi com a desgraça impingida ao escravo, ao fraco, ao oprimido, ao cortador de cana, ao pedreiro, ao estudante pobre, à costureira que cegou na máquina para sustentar os filhos, aos professores que educaram os alunos e deixaram seus filhos em segundo plano, a todos os trabalhadores pisados e enganados há séculos dessa história de enganação e de falsos heróis.

Tremem agora na base os burgueses mal acostumados, donos de todos os pedaços, senhores do pensamento, ditadores, malfeitores que nos seviciaram a mente e a alma, convencendo-nos da sua pseudo-divindade.

A França já degolou um rei e o povo corta na urna a cabeça do opressor. Muito bem, América. O mundo é nosso. Sabemos, bem ou mal, o que queremos. Que fique lá sentado, e aqui também, alguém parecido conosco, alguém que sabe onde dói o calo, alguém que teve que comer pouco para os príncipes passarem bem.

Estamos felizes, senhores estudiosos, porque é Barack Obama, com sua mulher, filhos e parentes que caminharão, dormirão, acordarão e usarão os banheiros do imponente edifício, da grandeza que construíram trabalhando, carregando pedra, comendo cachorro-quente enquanto outros comiam manjares com o nosso dinheiro.

Bendita a democracia.

Parabéns, América do Norte, por esta demonstração de força e de amor pela liberdade.

Boa sorte, Barack. Entre em nossa casa, fique à vontade.