Que saudades
Minha bisavó era suave. Daquelas velhinhas com cheiro de alfazema que trazem acalento apenas por sua presença. Cozinhava divinamente e contar estórias era com ela mesma... lobisomens, monstros, fantasmas, esses os temas favoritos. Quando pequena, não havia luz elétrica e sua imaginação de menina ficou por anos guardada em sua memória.
Não sabia escrever, mas sabia prender a atenção e fazer-nos viajar e imaginar.
Não sabia ler, mas tinha um vasto conhecimento da alma humana.
Suas lições de vida permanecem até hoje em meu coração...
Bisa, acordei com tanta saudade... e inveja dos anjos que, com certeza, hoje se deliciam em ouvir suas estórias.