À uma amiga
Essa carta não é somente uma carta, mas uma declaração de amor, agradecimento, um pedido a Deus....
Estamos acostumados sempre escrever cartas de amor para os nossos amores (sempre do sexo oposto). Neste momento, estou escrevendo tudo isso, mas, para uma amiga.
Também temos o costume de fazer isso para homenagear, principalmente quando alguém morre, mas desesperadamente implorando a Deus o desejo que isso não aconteça, por isso desde já, estou aqui na frente do computador escrevendo para alguém muito importante. Vou contar um pouco dessa pessoa:
Essa amiga, que conheci num ambiente de trabalho há alguns anos atrás, tempo suficiente para saber, perceber e escolher essa pessoa como AQUELA será minha amiga para o resto da vida. Na verdade eu nem a considero como uma amiga, considero como um anjo da guarda, alguém que quando necessito para dizer qualquer coisa, alegre, triste, confidências, desejos, desespero, raiva, é nela quem penso primeiro. Não sei bem como isso aconteceu, a gente realmente não sabe, não é mesmo? Afinidade não se explica sentimento não se escolhe, só sei que temos muitas coisas em comum, e muitas diferenças também, mas a verdade é que eu a amo. Amo de verdade! Se os fofoqueiros e maledicentes de plantão estivessem aqui por perto, diriam que estou saindo do armário ou tenho algum “affair" homossexual, mas não é nada disso. Essa amiga é muito importante para mim, quando penso em amizade, a primeira pessoa que me vem a cabeça é ela, não temos nada de diferentes, não somos ricas, não vivemos o tempo todo na casa da outra (muitas vezes levamos quase um anos sem se encontrar) de vez em quando trocamos filmes ou livros, discutimos sobre a política, artes, filhos entre outras coisas ou até brigamos de verdade, tudo que uma amizade normal exige.
Com tudo isso que já falei, queria chegar ao ponto: já passamos por muitos tumultos em nossas vidas, de um lado e do outro e sempre a mão de uma ou da outra estava estendida, principalmente a dela, os ouvidos, a paciência ah! quantas!!!... para me agüentar do outro lado do telefone inúmeras vezes, e às vezes, no mesmo dia . As doenças, sempre elas, para nos tirar a graça e também de vez em quando nos trazer a força. Quase caí dura quando descobri que ela estava doente, mas tinha que me manter dura, e eu ali sempre dando força, mas por dentro me roendo de dor, aos prantos em pensar em perder essa amiga tão querida, pedi a Deus, aos mentores espirituais, os orixás, nunca rezei tanto na minha vida, exceto num momento excepcional que aconteceu comigo alguns anos atrás. Até nesse momento escrevendo essa carta, as lágrimas caem dos meus olhos. Não sei explicar essa intensidade. Sinto amor por algumas pessoas de maneiras diferentes, por minha mãe, por minha irmã, por minha família, por minha filha, por meu pai que já se foi, por meu sobrinho, por meu marido, e por ela também, mas cada um é de maneira peculiar mas intensa.
O certo é que ontem ao conversar com ela ao telefone depois de tantos anos ao ouvi-la, chorando, agradecendo e ao mesmo tempo se desculpando por eu está ali ouvindo, percebi o quanto as pessoas que nos rodeiam são tão importantes que a dor de perdê-las ou só o pensamento já dá para desorientar.
Não sei justificar a lei do universo, acredito intensamente em Deus e na força suprema dele, mas não consigo explicar muitas coisas, por isso acredito tanto em reencarnação, talvez isso justifique você gostar tanto de alguém ou odiar tanto alguém que você nunca conviveu ou conviveu a vida inteira. E a minha amiga faz parte desse contexto, um amor fraternal, incondicional, onde os defeitos são quase invisíveis e superados, onde as casas e a rotina de cada uma é como uma extensão da outra, nos preocupamos com os filhos uma da outra, com os problemas uma da outra, tentamos resolver ou apaziguar todos os conflitos que nos acontece.
Vivemos mandando mensagens de amizade, mas sinceramente acho que muita gente nem sequer sabe realmente o conceito verdadeiro de amizade , e só hoje eu percebi que a amizade é a alma do outro, é mais que um amor carnal, pois não existe contato físico, o contato é (etéreo) implícito, mas diferente, onde ninguém derruba, onde diferenças, preconceitos, distância, espaço, inveja, nada ultrapassa nem corrói, é um amor parecido com o maternal, pois é incondicional, superado por tudo, onde não existe limites, onde a espiritualidade explica que ultrapassa as barreira e as dimensões.
Mesmo estando atravessando esse momento delicado, você sabe que pode fortalecer-se no amor de sua amiga, de seus familiares que estâo enviando amor, vibrações de força e ainda mais próximo de você.
Estarei sempre aqui de mão estendida para você.
TE AMO AMIGA!!!