O ÚLTIMO DOS MOICANOS

ÚLTIMO DOS MOICANOS

O seu cruzar de braços

num canto da sala,

não significa omissão.

O sobrenome traduz

um nome de tradição.

Girou toda a redondeza,

viveu em Wenceslau Braz.

De um frasco de perfume,

fazia uma dúzia ou mais.

Já foi gerente de loja.

Vendeu: vela, botão e armário.

Lutou muito nesta vida

e depois virou empresário.

Sua fama correu mundo,

disso tudo tenho prova...

Quando a mulher o deixou,

arranjou outra mais nova.

O governo foi culpado;

nosso comércio dá dó.

Comprou uma quinquilharia

que tem uma porta só.

O foguete que ele vende;

o povo fala demais.

A caixa marca três tiros,

mas ele não explode mais.

Do seu livrinho de música,

a gente só diz besteira.

Que a música mais nova,

é "O Menino da Porteira".

E assim é nosso amigo,

que já vendeu para sua avó.

Ele combate o castigo

de ser Zezinho Totó!

Theo Padilha 2000

Theo Padilha
Enviado por Theo Padilha em 16/09/2008
Código do texto: T1181072
Classificação de conteúdo: seguro