O ÚLTIMO DOS MOICANOS
ÚLTIMO DOS MOICANOS
O seu cruzar de braços
num canto da sala,
não significa omissão.
O sobrenome traduz
um nome de tradição.
Girou toda a redondeza,
viveu em Wenceslau Braz.
De um frasco de perfume,
fazia uma dúzia ou mais.
Já foi gerente de loja.
Vendeu: vela, botão e armário.
Lutou muito nesta vida
e depois virou empresário.
Sua fama correu mundo,
disso tudo tenho prova...
Quando a mulher o deixou,
arranjou outra mais nova.
O governo foi culpado;
nosso comércio dá dó.
Comprou uma quinquilharia
que tem uma porta só.
O foguete que ele vende;
o povo fala demais.
A caixa marca três tiros,
mas ele não explode mais.
Do seu livrinho de música,
a gente só diz besteira.
Que a música mais nova,
é "O Menino da Porteira".
E assim é nosso amigo,
que já vendeu para sua avó.
Ele combate o castigo
de ser Zezinho Totó!
Theo Padilha 2000