[para minha avó paterna, Hermínia Coelho Lessa]
MINHA AVÓ HERMÍNIA
No agosto, há trinta anos, foi-se.
As mãos claras, sobrepostas,
A fala doce, pausada,
As histórias em tão farta memória,
Ficaram.
O orvalho da saudade
Vez por vez me cobre:
Há o broche de filigrana,
Aroma de sândalo num lenço,
Crochês sob os bibelôs.
Há uma avó que mora no meu amor.
imagem: Minha avó, em + ou menos 1945 (recorte)