Música ao Longe

Lendo um livro de Érico Veríssimo, “Música ao Longe”, e observando as características de seus personagens, fiz esta despretensiosa poesia:

Música ao Longe

Eu fiquei felicíssimo

Amigo, Grande Escritor, Veríssimo.

Posso afirmar, e até juro

Isto é talento puro.

Seu livro nos prende, atrai,

Com ele nossa memória vai

Buscar no baú guardados

Fatos por nós passados.

Clarissa, moça prendada

Jovem professora formada

Tinha a mente povoada

De sonhos tão belos

Com príncipes, amor e castelos.

E, através de sua janela

Toda manhã bem cedinho

Via e ouvia cantarem para ela

Bem perto de seu ninho

Um casal de sabiás amarelos

Que dizer de Pio Pinto

Um guarda-livros distinto

Que do casamento tinha pavor.

Pois com doze anos passados

Ainda não tinha chegado,

Para o enlace, e o amor.

E sua Clarissa amada

Já estava acostumada

Com o acontecimento singelo

E adoçava sua vida com balas de caramelo

João de Deus, homem inconstante

Mudava de opinião a cada instante,

Ele dizia, ainda me lembro,

Que ia tentar grande cartada

Talvez em Janeiro, Março ou Setembro.

E com a vista quase arruinada

O tempo ia passando

E o patrimônio da família desmoronando

Era homem enérgico, quase valente.

Chegava de raiva a espumar

Para quem tivesse o repente

Da sua sesta o tirar.

Bom Escritor, obrigado

Por nos deixar tal legado

Vou pedir ao Tio Jovino

Deste livro, bom inquilino

Mas os méritos são todos teus

Para esta poesia poder rimar

Sua constante frase vou usar

Meu Deus!

Laércio
Enviado por Laércio em 22/06/2008
Código do texto: T1045648