O Haicai é meu e a imagem de minha sobrinha e afilhada Iara captada em outro de 2017. A imagem é do velho engenho da fazenda de meu pai e que desperta muitas lembranças. Sempre nos meses mais frios de nosso tempinho de criança, meu pai inventava de fazer rapadura e então a gente levantava de madrugada naquele vento frio para moer a cana no engenho antes de ele ir ordenhar as vacas. O processo se fazia com um cavalo atrelhado numa madeira que ia girando fazendo o engenho rodar e o caldo ir escorrendo entre as engrenagens. Esse caldo depois ia para uma panela enorme de mais de um metro de diâmetro em uma fornalha de barra também enorme. Depois meu pai ia ordenhar as vacas e mamãe, eu e minhas irmã mais velha que éramos maiores íamos cuidando do processo. Nessa panela, o caldo ia apurando e depois ia para as formas quadradas de uns 20 cmx 15 cm, onde tomava a forma sólida. Nesse momento meu pai já tinha ordenhado as vacas e cuidava desse processo. Meu pai fazia rapadura com leite, mamão ralado, amendoim. Era nosso lanche com queijo durante o resto do ano. Quando o caldo apurava, meu pai também tirava um melado grosso delicioso que a gente comia com leite. Era um néctar dos deuses. O mais difícil que eu achava era o processo de apurar porque levava horas e subia uma espuma que precisava ser tirada e a fervura subia e se não mexesse derramava tudo. Sem contar que o fogo precisava ser alimentado constantemente. A fumaça que subia era o que eu mais detestava. Depois ia assim o daí todo. Eu era menina ainda e ajudava nisso tudo. Muito pesado. Mas era um tempo feliz. Meu deus como era. Mas tudo passa e só fica a saudade e a lembrança. Na verdade do engenho restou essas ruínas que podem ver. Até o suporte onde ele ficava o tempo destruiu. Ele é a prova desse tempo difícil, mas feliz quando ainda éramos oito.
O Haicai é meu e a imagem de minha sobrinha e afilhada Iara captada em outro de 2017. A imagem é do velho engenho da fazenda de meu pai e que desperta muitas lembranças. Sempre nos meses mais frios de nosso tempinho de criança, meu pai inventava de fazer rapadura e então a gente levantava de madrugada naquele vento frio para moer a cana no engenho antes de ele ir ordenhar as vacas. O processo se fazia com um cavalo atrelhado numa madeira que ia girando fazendo o engenho rodar e o caldo ir escorrendo entre as engrenagens. Esse caldo depois ia para uma panela enorme de mais de um metro de diâmetro em uma fornalha de barra também enorme. Depois meu pai ia ordenhar as vacas e mamãe, eu e minhas irmã mais velha que éramos maiores íamos cuidando do processo. Nessa panela, o caldo ia apurando e depois ia para as formas quadradas de uns 20 cmx 15 cm, onde tomava a forma sólida. Nesse momento meu pai já tinha ordenhado as vacas e cuidava desse processo. Meu pai fazia rapadura com leite, mamão ralado, amendoim. Era nosso lanche com queijo durante o resto do ano. Quando o caldo apurava, meu pai também tirava um melado grosso delicioso que a gente comia com leite. Era um néctar dos deuses. O mais difícil que eu achava era o processo de apurar porque levava horas e subia uma espuma que precisava ser tirada e a fervura subia e se não mexesse derramava tudo. Sem contar que o fogo precisava ser alimentado constantemente. A fumaça que subia era o que eu mais detestava. Depois ia assim o daí todo. Eu era menina ainda e ajudava nisso tudo. Muito pesado. Mas era um tempo feliz. Meu deus como era. Mas tudo passa e só fica a saudade e a lembrança. Na verdade do engenho restou essas ruínas que podem ver. Até o suporte onde ele ficava o tempo destruiu. Ele é a prova desse tempo difícil, mas feliz quando ainda éramos oito.