HAYKAIS DE INVERNO
Gelado esse ar
Inverno dá o ar da graça.
Tempo faz pirraça.
Aparência mórbida
O rio espelha sem graça
Árvores desnudas
Sabiá feliz
No tempo das tangerinas
Festa no pomar.
Névoa fria e alva
Vento que talha a pele
E chega até a alma.
Planta desfolhada
Canário canta sozinho
E morre de frio.
Frio que tortura,
Fecha a porta, vento bate.
Não deixa entrar.