Nossa língua é (talvez) única no que se refere a dinamismo (termos que caem em desuso). Veja este exemplo...
O (a) amigo (a) leitor sabe (/lembra-se) qual é
mesmo o feminino de RAPAZ ?
Temos (quase) certeza de que a maioria respon-
deria, sem refletir : MOÇA !
E nós, lamentando o equívoco do (a) amigo (a)
leitor (a), diríamos : ERRRRRRRROOOOOOOU !
"Moça" é a forma feminina de MOÇO. O feminino
correspondente a rapaz é RAPARIGA.
Este termo (rapariga), até início do século passa-
do, era usado em caráter até (diríamos) cansativo : poetas e compo-
sitores, em suas produções literárias, sempre o usavam, sempre para
endeusar a figura feminina, como o sentido de pureza. "Ó rapariga que
aparece em meus sonhos / a embalar meus doces sonhos...".
Porém, com a dinâmica que é uma das caracterís-
ticas de nossa língua, o que ocorreu ? Foi deturpado esse sentido e
ele (o termo "rapariga") passou a se consagrar como "mulher de vida
(?) fácil", prostituta.
Hoje, ai daquele (poeta ou apaixonado) que, na
melhor das intenções, tentasse se dirigir à sua amada, à sua musa tra-
tando-a de ...RAPARIGA ! Tapa na cara, dado por ela, seria uma reação
mínima...
É...é brincadeira não a nossa Língua Portuguesa !