A troca de tratamento num mesmo texto
A troca de tratamento num mesmo texto é reprovada nas escolas, todos os professores responsáveis sabem disso; todos os alunos aprendem isso.
Será que os leitores sabem disso? Vamos a ver, baseados no e-mail de Cinthia desta semana:
Boa tarde,
Vi os "seus" comentários sobre a língua portuguesa no site opais.net
Sou brasileira e gostaria de saber se "tens" livros ou artigos sobre a língua portu-guesa publicados, sim?
Sobre a obra de José Carlos de Almeida. "Você" a tem? Eu gostaria de obtê-la, mas não sei onde poderia comprá-la. "Podes" indicar-me onde posso comprá-la? Um site, nome de livraria ou editora?
Pelo que vi nas notícias em alguns sites, pode ser que a obra esteja esgotada. Se isso for verdade, se possível, gostaria de saber se "você" poderia escaneá-la e enviar para mim. Preciso dela para um trabalho acadêmico urgentemente.
No aguardo,
Cinthia.
A jovem brasileira ignora totalmente a forma de tratamento, a ver-se pelo e-mail acima, a mim enviado, no qual ora me trata por VOCÊ, ora por TU. A jovem, então, presta um desserviço à Educação, com esses seus e-mails.
Seria útil que ela explicasse por que na primeira frase me tratou por você e na segunda, por tu. Muitos querem saber, imagino.
Em vez de escrever assim, por que a brasileira em causa não volta aos bancos escolares?
Porquê, ninguém sabe. É um mistério!