Desleixo e rigor na abreviação dos números ordinais
Creio que já tratei com vocês aqui o caso da abreviação dos números ordinais, abreviatura que não deve ser omissa o ponto. Por quê? Porque pode se confundir com a grafia do símbolo de grau angular e com a do símbolo dos graus celsius. Um de nossos autores já corrigiu (e já era tempo), escrevendo 1.ª edição, 2.º lugar. Já o mais simpático, aquele que alguns acham o recantista-modelo, continua a premir a tecla errada da “1ª parte”, “2ª parte”; “1ª lugar”, “2º lugar”. Gostaria que um dos autores das obras na qual esse recantista se baseou estivesse vivo, para lhe perguntar: Por quê? Se professasse o espiritismo, numa sessão qualquer, tentaria manter contacto [contato] com o espírito do homem e fazer a pergunta.
Ora, por que, então, alguns recantistas continuam a usar “1ª parte”? Bem, eu não tenho a resposta a essa pergunta. Mas vocês têm…
A abreviação dos números ordinais, como aqui já se recordou várias vezes [cf. «2º não é a mesma coisa que 2.º, Domingo Ivan!»], não se confunde com a grafia do símbolo de grau angular nem com a do símbolo dos graus celsius, por exemplo. Nos textos em baixo, ficam dois exemplos do desleixo:
«“1ª” oração – uma imperativa, com omissão do verbo e do objecto directo(…)»
«“2ª” oração – outra imperativa, com as mesmas omissões(…)»
Eu tenho um sonho (parodiando um líder negro americano): nunca mais ter de escrever nada neste espaço cultural (por já não me darem chance alguns recantistas)…
(Vide M.R.R. e J.M.C., «Desleixo e rigor na abreviação dos números ordinais», em Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, na rubrica «Pelourinho».)