Sobre a questão "será que a delegada de polícia não andou "atropelando" a nossa língua nessa declaração? "...
(Trecho da)
Declaração da delegada :
"...Esse crime não é passivo de prisão. Pode ser convertido
em pena alternativa, como por exemplo doação de cestas básicas ou
trabalho comunitário".
O amigo Saulo (como dizemos aqui na Bahia) ,
"se retou" e mandou bem na resposta ao questionamento ontem dei-
xado sobre o trecho acima.
O questionamento deixado é :
O amigo leitor já percebeu o "descuido" gramatical.
Houve - como bem detectado pelo Saulo (e
que corroboramos) - três "descuidos" no trecho aspeado :
1o.) O emprego inadequado do termo "passivo", visto que, em tal
contexto, o correspondente correto é "passível" (=sujeito a);
2o.) O sentido dúbio da expressão "pode ser convertido", que tanto
pode - da maneira como está posta - ter a ver com o referen-
te "crime" como com "prisão". Para que tal não ocorra, "pode
ser convertido" deve OBRIGATORIAMENTE ser precedida da pa-
lavra "pena" ("A pena pode ser convertida em algo alternativo,
como, por exemplo, doação de cestas...").
3o.) O não emprego da vírgula antes e depois de "por exemplo".
O trecho em questão, já com o enquadra-
mento gramatical, deve passar a ser :
"Esse crime não é PASSÍVEL de prisão. A PENA correspon-
dente pode ser convertida em algo alternativo, como, por exemplo,
doação de cestas básicas ou trabalho comunitário".
Um bom-dia a todos.