REFORMA ORTOGRÁFICA: ACORDOS E DESACORDOS
CORREIO DO POVO
ANO 118 Nº 81 - PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2012
Há alguns dias, surgiu a notícia de que a presidente Dilma Rousseff poderia editar um decreto adiando a entrada em vigor do já não tão novo acordo ortográfico, produto de um consenso entre oito países de língua portuguesa.
Uma maxima popular é a de que não se faz língua por decreto e esse parece ser o caso. Um decreto governamental agora viria atrapalhar ainda mais do que beneficiar os usuários da língua no Brasil. Afinal, não obstante o ritmo descontinuado de implantação da reforma em outros países signatários do acordo, a verdade é que no Brasil ele foi implementado com total êxito, algo que superou toda e qualquer expectativa sobre o tema.
Quando as modificações do acordo entraram em vigor, em 1º de janeiro de 2009, havia a possibilidade de opção entre adotar as diretrizes anteriores, vigentes até 31 de dezembro de 2012, ou aderir de pronto ao novo texto. A imprensa, as editoras, os órgãos públicos e até a própria Presidência da República de imediato adotaram as novas regras. A Academia Brasileira de Letras (ABL) lançou um dicionário oficial e também o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) e as editoras passaram a publicar as suas obras com nova grafia, inclusive dicionários. Os recalcitrantes foram poucos, mas até que fizeram algum barulho de resistência. A maioria fez cursos e aprendeu as inovações, notadamente em itens como hifens, acentuação gráfica e aportuguesamentos.
Não foi tranquila a adaptação nas escolas, até porque o material didático estava defasado. Contudo, agora que esse problema foi sanado, seria surrealista ter duas grafias autorizadas quando os alunos têm dificuldades de aprender pelo menos uma. O saldo, sem dúvida, seria desastroso.
O Brasil é um país de idas e vindas. Agora que a reforma deslanchou, com até um certo estranhamento das formas anteriores, que ficaram avoengas, vem essa notícia de um possível decreto intempestivo. Espera-se que a ideia seja arquivada como letra morta.
Uma maxima popular é a de que não se faz língua por decreto e esse parece ser o caso. Um decreto governamental agora viria atrapalhar ainda mais do que beneficiar os usuários da língua no Brasil. Afinal, não obstante o ritmo descontinuado de implantação da reforma em outros países signatários do acordo, a verdade é que no Brasil ele foi implementado com total êxito, algo que superou toda e qualquer expectativa sobre o tema.
Quando as modificações do acordo entraram em vigor, em 1º de janeiro de 2009, havia a possibilidade de opção entre adotar as diretrizes anteriores, vigentes até 31 de dezembro de 2012, ou aderir de pronto ao novo texto. A imprensa, as editoras, os órgãos públicos e até a própria Presidência da República de imediato adotaram as novas regras. A Academia Brasileira de Letras (ABL) lançou um dicionário oficial e também o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) e as editoras passaram a publicar as suas obras com nova grafia, inclusive dicionários. Os recalcitrantes foram poucos, mas até que fizeram algum barulho de resistência. A maioria fez cursos e aprendeu as inovações, notadamente em itens como hifens, acentuação gráfica e aportuguesamentos.
Não foi tranquila a adaptação nas escolas, até porque o material didático estava defasado. Contudo, agora que esse problema foi sanado, seria surrealista ter duas grafias autorizadas quando os alunos têm dificuldades de aprender pelo menos uma. O saldo, sem dúvida, seria desastroso.
O Brasil é um país de idas e vindas. Agora que a reforma deslanchou, com até um certo estranhamento das formas anteriores, que ficaram avoengas, vem essa notícia de um possível decreto intempestivo. Espera-se que a ideia seja arquivada como letra morta.
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ANO 118 Nº 81 - PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2012