ORDEM DIRETA, ORDEM INDIRETA

Uma frase, talvez melhor dizendo uma oração, está em ordem direta quando os seus termos se apresentam nesta sequência lógica: sujeito, verbo, complemento, adjunto.

"O camponês ordenha sua vaca ao entardecer".

sujeito: o camponês

verbo: ordenha

objeto direto: sua vaca

advérbio de tempo: ao entardecer

Na conversação a ordem direta é praticamente obrigatória, já que o falante pretende ser claro, sem criar confusão. Se eu disser: "Meu vizinho ordenha a vaca antes que o sol se põe", tudo está claro. Mas se eu inverter alguns termos: "A vaca, antes que o sol se põe, meu vizinho ordenha", temos aí uma ambiguidade. Ou a ordem indireta.

Isto não significa que a ordem indireta visa a causar embaraço. A ordem indireta é usada em textos literários, em poesias, e se sujeita muito ao gosto do escritor.

Talvez o mais conhecido exemplo que temos de oração em ordem indireta seja o início de nosso Hino Nacional:

"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante".

Já muito cedo, na escola, as crianças aprendem a cantar o Hino Nacional, isto é, aprendem de modo sistemático, sem no entanto entender o significado dessa primeira oração. Comigo foi assim. Mas colocando agora os termos em ordem direta, tudo se torna claro:

As margens plácidas do (Rio) Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico.

sujeito: as margens plácidas do Ipiranga

verbo: ouviram

objeto direto: o brado retumbante

adjunto adnominal: de um povo heróico.

Mas enfim... ordem indireta não é sinônimo de desordem, e sim um recurso a mais que temos que embeleza nosso idioma.

Egon Werner
Enviado por Egon Werner em 27/05/2012
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