ORDEM DIRETA, ORDEM INDIRETA
Uma frase, talvez melhor dizendo uma oração, está em ordem direta quando os seus termos se apresentam nesta sequência lógica: sujeito, verbo, complemento, adjunto.
"O camponês ordenha sua vaca ao entardecer".
sujeito: o camponês
verbo: ordenha
objeto direto: sua vaca
advérbio de tempo: ao entardecer
Na conversação a ordem direta é praticamente obrigatória, já que o falante pretende ser claro, sem criar confusão. Se eu disser: "Meu vizinho ordenha a vaca antes que o sol se põe", tudo está claro. Mas se eu inverter alguns termos: "A vaca, antes que o sol se põe, meu vizinho ordenha", temos aí uma ambiguidade. Ou a ordem indireta.
Isto não significa que a ordem indireta visa a causar embaraço. A ordem indireta é usada em textos literários, em poesias, e se sujeita muito ao gosto do escritor.
Talvez o mais conhecido exemplo que temos de oração em ordem indireta seja o início de nosso Hino Nacional:
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante".
Já muito cedo, na escola, as crianças aprendem a cantar o Hino Nacional, isto é, aprendem de modo sistemático, sem no entanto entender o significado dessa primeira oração. Comigo foi assim. Mas colocando agora os termos em ordem direta, tudo se torna claro:
As margens plácidas do (Rio) Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico.
sujeito: as margens plácidas do Ipiranga
verbo: ouviram
objeto direto: o brado retumbante
adjunto adnominal: de um povo heróico.
Mas enfim... ordem indireta não é sinônimo de desordem, e sim um recurso a mais que temos que embeleza nosso idioma.