A Arte de Ensinar

" Prógnato - Quem ao contrário do normal, tem o maxilar inferior mais para frente do superior,é, conforme todos os dicionários, incluindo os populares, prógnato.

Essa protração não deve fazer-nos pensar no latim gnatus (nascido),mas no grego gnáthos, maxilar, cujo alfa é breve.

É quase afrontoso aventar a CORRETA da usual acentuação ERRADA da palavra, mas enquanto por professor de português não se chegar a entender mera figura de prateleira, uma esperançazinha há,tênue que seja, de que venhamos a ter mais escolas, mais horas de educação, mais consulta a dicionários.

Professor de língua pátria é médico, é sanitarista, não agente obituário" (Dic. de Questões Vernáculas,pág.248-Ed.Caminho Suave,1981 - dr. Napoleão).

Saúde e paz, amor e harmonia e sucesso constante a você e família.

No Google,se houver interesse,leia: " ....Sendo Que Foi De Repente...."(Américo Paz)

Tenho, graças ao bom Senhor, o Dic.de Português Latino de Francisco Torrinha.A Gramática Latina e a Metódica do professor Napoleão.

"Sua Gramática Metódica sempre teve de minha

parte a melhor acolhida.

DESCONHEÇO OUTRA QUE ENSINE MELHOR O

NOSSO IDIOMA...."

Faço das minhas as palavras de Aristides Fraga Lima.Tenho, outrossim, o Dic.de Questões Vernáculas do dr. Napoleão;o Dic.de Caldas Aulete ( 5a edição brasileira com erros e ensinamentos abomináveis, dos quais ter "que" , por exemplo. Veja Ter de no Dic. de Questões Vernáculas,pág.311 - dr. Napoleão).Tenho o Dic Michaelis 2000;o Dic Melhoramentos ( não sem erros ); a obra " prima " de Francisco Fernandes ( Verbos e Regimes ) coroada de elogios e não de menos erros - Verbo precisar, pág.471 ... indicando como objeto direto a oração: Precisam-se EMPREGADOS ( OPERÁRIOS - Dic.Michaelis e Melhoramentos,5a edição - dado como ATIVO - por Mário Barreto ).

Talvez ventile alguém: " Primitivamente não havia voz passiva."

-Digamos que sim, todavia, a pensar assim, desconsiderando o que se lê no vocabulário ortográfico português de 1940, onde já não temos coUsa mas coIsa , vamos agora alimentar as tais " coUsas "?

" Precisam-se operários " ( voz passiva ) equivale a dizer: " Operários são precisados " ( voz ativa ). Em ambas o sujeito é operários - caso nominativo latino e não acusativo ( objeto direto ), conforme erradamente temos em Francisco Fernandes e Mário Barreto.

O fato de qualquer um, ainda que de peso internacional, escrever ( e a maioria ignorar ): " Não se volta AONDE nunca se esteve" - não autoriza ninguém a ensinar que - " aonde não é recomendável para unir orações". Autoriza?

O mesmo raciocínio lógico temos DE ( e não que ) aplicar em outros casos.

A locução conjuntiva causal sendo que ( =visto que,já que,porquanto etc), conforme a Gramática Metódica e o Dic de Questões Vernáculas,pág.295,ed.Caminho Suave,1981, não é exceção:

" ' SENDO QUE ( = visto que = já que etc ) você não está bom, desisto da viagem ', SEM ESSA INDICAÇÃO DE CAUSA ( ensina-nos o professor Napoleão ), A EXPRESSÃO NÃO PASSA DE MAIS UM ABUSO DO GERÚNDIO...." V.Gramática Metódica,pág.355.

Gramática Latina, páginas 358 e 359:

" Quoniam jam nox ext, in vestra tecta dicedite - Visto que ( sendo que, uma vez que etc ) já é noite, voltai para as vossas casas.

Id omitto quando vobis placet = Deixo de parte isso, já que (visto que,sendo que etc) vos agrada.

Nos vero, siquidem in voluptate sunt omnia, superamur a bestiis = Nós, em verdade, já que ( se é verdade ) tudo consiste no prazer, somos ( inferiores aos animais ) superados pelos animais.

Nota - Pelo exemplo, pode-se verificar que quoniam se usa para indicar a passagem de um pensamento para outro.Outro exemplo:Quoniam de genere belli dixi, nunc de magnitudine pauca dicam

= Já que ( visto que, sendo que etc ) discorri sobre o tipo da guerra, pouco direi agora da sua extensão.

Cum id cupias, faciam = Visto que ( sendo que,já que etc) o desejas eu o farei" ( dr. Napoleão ).

A arte de ensinar corretamente é uma benção.No que se refere ao ensino da gramática o professor Napoleão Mendes de Almeida é inigualável.

Leiamos isto:

- " Sendo que não existe na língua portuguesa."

- Não é verdade.Consulte as obras de Vieira ( no Google ), Machado, Rui, Camilo Castelo Branco,Guimarães Rosa e outros, e teremos desmentido também Cegalla: " Sendo que não é expressão recomendável para unir orações."

Tais ensinamentos, resguardando as devidas proporções, são tão infundados quanto estes de Camões: " E na língua, na qual quando imagina com POUCA corrupção vê que é latina" ( Os Lusíadas ).Haja imaginação.Pobrezinho, além de caolho deve ter ficado surdo:Sermo urbanus e Sermo pebleius. Ciente de que, em doses menores, mesmo na opulência de Roma, o latim já mastigava deste mortífero mal: A falta de lucidez.

Pergunto: Seria o doutor Napoleão um homem INCULTO?

" Sendo que a expressão CULTA não admite essa combinação " ( Manual de Redação do Ministério Público de Goiás - 2006).

- " ....Emília veio recebê-lo à sala.Era uma bela criatura, apesar da magreza e da palidez, SENDO QUE essa palidez e essa magreza davam ainda realce à beleza natural da moça...." (O Pai - Conto - Machado de Assis. Trata-se de outro INCULTO juntamente com Vieira etc e o próprio dr. Napoleão: " ' SENDO QUE você não está bom, desisto da viagem ' " (Gramática Metódica).

Ora, meus amigos, se o professor Napoleão, reconhecido por todos como o MELHOR, nos dá um exemplo RECOMENDÁVEL, só nos resta agora sub-metê-lo à rebeldia de Millor Fernandes ( Jornal do Brasil, 31.7.1986 ):

" ... O usuário deve usar a ortografia com total rebeldia.

O QUE RESISTIR ALGUNS ANOS É CERTO.O QUE REISTIR

UM SÉCULO É SÁBIO."

Em 1872, HÁ MAIS DE UM SÉCULO, Machado escrevia: " ....Viana tinha (e não:havia) coisas más e boas,SENDO QUE as coisas boas eram justamente as que se opunham ao gênio especulativo da viúva...."

Veja também as obras de Vieira,século XVII ( Levando em conta que: " O QUE RESISTIR UM SÉCULO É SÁBIO ".) - " ....Chama-lhe sobresubstancial e nosso, SENDO QUE não cai nem diz bem o nome de nosso na mesma petição em que o pedimos...." - Maria Rosa Mística - HÁ MAIS DE TRÊS SÉCULOS ( Vieira ).

" Afonso Arinos

.................................................

Senhor Guimarães Rosa...................

O homem tomado não genericamente,

mas geralmente,SENDO QUE, quanto à

mulher, das Weib, o nome deixa de ser

feminino para ser neutro...."

( Discurso de Recepção )

" IX Carta Para As Icamiabas

....

Por estas paragens mui civis, os guerreiros chamam-se

policiais,grilos... masorqueiros etc; SENDO QUE alguns

desses termos são neologismos...."

( Maconaíma -M de Andrade )

Por ser genuína e castiçamente portuguesa, até nos "modernos" a encontramos.Em www.portalsãofrancisco - Flexão dos Advérbios também a temos empregada.

A comunicação humana desliza o cérebro e o coração sobre as palavras.O bom médico as trata com o mesmo carinho:

" ...; ( dixit ) esse perfacile potiri imperio totius Galliae, QUUM praestarent omnibus virtude = ...; (disse) ser muito fácil apoderarem-se do governo de toda a Gália, VISTO QUE sobrepujavam a todos em valor militar...." Caesar ( De Bello Gallico ) - Gramática Latina,página 355 - dr. Napoleão.

E se traduzíssemos : " - ..., QUUM praestarent omnibus virtude " por : " ..., SENDO QUE sobrepujavam a todos em valor militar..." - o dr.Napoleão consideraria certo ou errado?

Por acaso nos diria: " Esta expressão não existe na língua portuguesa"?

- " Esta expressão não é recomendável para unir orações"?

Por ser o veículo de nossa comunicação, eu as observo e trato todas com o mesmo carinho.Não faço distinção nem alimento preconceitos.

A palavra pinto,por exemplo, como órgão genital anda livremente na boca de todos.Pênis ganha maioridade e por aí vai.

Cassete,caralho ganha simpatia no transito e nas intimidades dos lares.

Bocage os traz como mel nos lábios; a sociedade, não.

Sendo que não deve mesmo ter a mesma popularidade de pinto ou pênis, todavia não precisa ser queimada em praça pública.

" PROFESSOR DE LÍNGUA PÁTRIA É MÉDICO, É SANITARISTA,

NÃO AGENTE OBITUÁRIO " (dr.Napoleão).

O erro, meus amigos, não está na locução, mas sim no emprego de quem a utiliza.

De quem se exige a habilitação: do veículo ou do condutor? Dirigidas com imprudência o uso de qualquer palavra é catastrófico. E quem precisa ter habilitação para dirigi-las:os macacos ou os seres humanos?

- " Não se volta AO LUGAR EM QUE nunca se esteve " ( e não: "Não se volta AONDE nunca se esteve" - Anistia 1905. Rui Barbosa.Estando ou não escrito isso no original, cabe ao revisor fazer a cirurgia).

- " Aonde levas tuas águas.Tejo aurífero? ( e não: " Onde levas tuas águas.Tejo aurífero? " -Garret - corrigido corretamente no Aulete,pág.1368,5a edição brasileira ).

Mas daí a publicar num livro de gramática: "o advérbio aonde não é recomendável para unir orações" - mais do que essa ou aquela palavra,nesses casos convém queimar o tal livro inteiro.

Professor de língua pátria é médico, é sanitarista ou agente obituário?

Fui aluno do professor Napoleão, porém ele não me deve nada.

A recíproca seria verdadeira, não fosse a minha dívida algo impagável:a gratidão.

Por isso jamais poderei culpá-lo pelos meus erros e distrações.

Ele ensina corretamente, nós é que vacilamos.

Por outro lado, se o sujeito está convicto de que tanto faz se "tinha" ou se "havia" uma pedra no meio do caminho, uma vez que (sendo que) determinada palavra não lhe diz nada,inútil será recorrermos ao hebraico (tabuinhas cuneiformes),ao aramaico, ao grego, ao latim etc.

" Dê instrução ao sábio e ele se tornará cada vez mais sábio"(Velho Testamento).

Falo errado,escrevo errado,vivo errando.O que me conforta, em termos de gramática, são estas palavras:

" O ignorante não duvida porque desconhece que ignora"(dr.Napoleão).Logo, ainda que ele tivesse nos ensinado ( O QUE NUNCA OCORREU ): -" Sendo que não é expressão recomendável para unir orações" - tal ensinamento não se sustentaria como não se sustenta.

Há casos e casos.Em muitos o emprego é abominável, como é abominável a oração: "aonde" você está? ( em vez de: onde você está?) Em outros, temos o respaldo do MELHOR: " Sendo que você não está bom, desisto da viagem" - (dr. Napoleão).

- " Que diferença faz para o mundo, se entre o sujeito e o complemento eu colocar uma vírgula? " - Pergunta-nos Paulo Coelho em: Walquiria Decide Morrer ( não sem antes nos matar de vergonha ).

- Nenhuma, principalmente se o sujeito for analfabeto. "....As pessoas são desiguais, mas a força é dizer que a ação da primeira não é mais corajosa que da segunda, SENDO QUE cede a tal ou qual sutileza de motivos, natural deste século complicado...." ( Machado de Assis - Fundador da Academia Brasileira de Letras). Amigos, não comam gato por lebre.Acham que Machado sabia pouco de latim?

O latim destaca-se em páginas inteiras do Times e outros veículos de comunicação.As obras de ... Newton,... Kant...,... ( na medicina ) são todas traduzidas para o latim. A expressão sendo que da Metódica,ANTERIOR E POSTERIOR ao professor Napoleão, foi mundialmente também testada no latim.Acham que Vieira não era condutor habilidoso e habilitado para conduzir o veículo chamado latim?Consultem as obras de Morais,Antenor Nascentes,Saraiva e outros.

O professor Napoleão não conquistou o título de MELHOR por inventar coisas, mas sim por ser um sanitarista dedicado e um médico brilhante.

CURSO DE PORTUGUÊS POR CORRESPONDÊNCIA NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA.Lição 60: SUBORDINADAS. Na última página dessa lição ele nos afirma:

" Professor de vernáculo NÃO É distribuidor de diplomas a Deus e a ventura. Ouçamos Machado de Assis: ' O escritor não está obrigado a receber e a dar curso a tudo o que o abuso, o capricho ou a moda inventam e fazem correr.

Pelo contrário, ele exerce também uma grande influência a este respeito,depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão.'"

Os ensinamentos do professor Napoleão nos oferecem credibilidade; seu método nos oferece vontade de querer aprender, e a certeza de que vou escrever afligido por dúvidas, mas " de dúvidas só estão libertos os ignorantes ' " (dr. Napoleão).

Guardo com carinho o meu diploma, sua assinatura.

Porém este " aperfeiçoando-lhe a razão " para mim é a chave valiosa do seu curso.

Américo Paz
Enviado por Américo Paz em 08/01/2011
Reeditado em 19/02/2013
Código do texto: T2717560
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