AS BORBOLETAS DE OUTONO
MOTE
Indo pela rua absorta, coração leve,
sinto um toque no rosto.
Um pequeno toque,
como de um beijo dado num suspiro...
Maria Teresa Lacerda – Lisboa (PT)
GLOSA
Indo pela rua absorta, coração leve,
detenho meu olhar no azul do céu,
o qual me transpassa muita beleza
e resgata, em mim, sonhos infantis.
Ao passar perto de um jacarandá,
sinto um toque no rosto;
borboletas flutuam no ar,
tal qual fadas em contos clássicos.
Sento-me num banco da praça
e reflito sobre suas transformações.
Um pequeno toque,
enche minha alma de paz e alegria.
De muitas cores e significados são.
Para alguns povos, a graciosidade;
para outros, seu toque, a morte
como de um beijo dado num suspiro...