Galope a beira mar
Juciana
Meu amigo Teles deixe de moleza
Esqueça a sextilha jeite o juízo
Nos vamos agora para o improviso
Mas nao quero ver aqui miudeza
Nos versos eu quero ver toda riqueza
E se o poeta sabe improvisar
Traga o repente para se cantar
Pois hoje estou alegre e gentil
Pois sou a melhor que tem no Brasil
Que canta galope na beira do mar.
F. Luremberg
Voce para mim é muito infantil,
Toda sua carne não da um pastel,
La no sindicato so come papel,
É muito magrinha que nem um fuzil,
Ja eu sou gigante com porte viril,
Me atrapalhei mas vou consertar,
Voce me chamou para galopar,
Eu errei o verso que estava em sextilha,
Agora eu chamo vamos minha filha
Cantar um galope na beira do mar
Juciana
Ja vi que o colega já está sem trilha
Pois ja perdeu o verso primeiro
Talvez ja nao saia segundo e terceiro
Ainda me vem falando em sextilha
Poeta eu sou sou essa sua filha
Sou sua parceira para se glosar
Meu verso é rápido o seu devagar
O meu já é grande e o seu pequeno
O meu o antídoto e seu o veneno
Nos dez de galope na beira do mar
F. Luremberg
No sertão eu sou gota de sereno,
Eu sou um carrapixo em seu lonçol,
Na traíra sou a batela do anzol,
Voce entra mais perde em meu terreno,
A magrela tem o verso pequeno,
Se prepare que o arrocho que vou dar,
É daqueles da costela quebrar,
Quando ouvi meu nome ja sentir é medo,
Hoje vou revelar teu grande segredo,
Nois cantando galope a beira mar
Juciana
Ta fraco de mais este teu enredo
A glosa está desmetrificada
A métrica está feia e quebrada
Na minha estrofe eu logo precedo
Já vou revelando este meu segredo
Tudo com amor vai se conquistar
Um verso bonito deixa a desejar
E se o poeta nao tem competência
Receba de mim essa advertência
Nos dez de galope na beira do mar.
F. Luremberg
Admiro a sua gula persistentencia,
Mas me parece voce passar fome,
Ouvindo a pronuncia do meu lindo nome,
Voce pensa logo é em desistencia,
Para mim voce tem muito é carencia,
No amor e na parte alimentar,
A magresa lhe empata de você rimar,
De amor voce ta é sem ter ninguem,
Nao encontra alguem pra querer bem
Nos dez de galope a beira mar
Juciana
Meu amigo teles eu vou lhe dizer
É melhor que saia de perto de mim
Pois tu és pior que um bacorim
A tua postura não me da prazer
Cuidado poeta para nao morrer
Olha o coração pra nao infartar
Quem come gordura quer é se matar
Sai ja é daqui oh saco de banha
Que o colesterol ja me acompanhar
Nos dez de galope na beira do mar
F. Luremberg
Juciana peleja mas de mim apanha,
Quero muito bem mas vou lhe dizer,
Voce ainda tem muito que aprender,
Nos dez de galope não me assanha
Eu não sou chegado num saco de banha,
Mas numa gordinha que sabe me amar,
Me beija me ama sabe me cuidar,
Muito diferente de uma magrela,
Que não possui carne só osso e costela,
No dez de galope na beira do mar
Juciana
Poeta esqueça que eu sou magrela
Disso eu ja sei e nao to nem a ir
Mas você nao para disso repetir
Nao tem poesia e isso e sequela
Sou magra bonita atraente bela
E Deus me defenda que eu venha engordar
Sou feliz assim e nao vou negar
Tenho predicados, tudo que eu quiser
Nao vai ser gordura, me fazer mulher
Ou cantar galope na beira do mar
F. Luremberg
Olha Juciana você é um filé,
Mas hoje a vida ta atribulada,
Pois aqui em casa chegou uma carrada,
Com o meu cunhado e sua mulher,
A semana é santa todo mundo quer,
Reunir parentes, confraternizar,
Em volta da mesa comer e orar,
É tempo de paz a guerra acabou,
Pois nem eu ganhei, nem voce ganhou
Cantado galope na beira do mar
Juciana
Em pequenos versos se você se mostrou
Mas pra mim tá longe de ser um poeta
Sua poesia nao está completa
E nesse galope voce me provou
Acho que agora nada lhe restou
A nao ser cantadas que vives a dar
Com Jeane Sousa querendo casar
Nao pode com outra nem com amiga minha
Que frango capado nao pega galinha
Nos dez de galope na beira do mar
F. Luremberg
Eu sou é galo voce é franguinha,
Ainda ta longe de ser uma mulher,
Esta revoltada pois ninguem lhe quer,
Jeane sua amiga tem mais uma carninha,
Voce muito fraca e pequenininha,
Não presta pra carga e nao sabe trabalhar
Dentro de uma casa so sabe sujar,
Se aproveitando que tô imprensado,.
Fazendo meus versos sem estar concentrado
Nos dez de galope na beira do mar