CASTIGO INJUSTO.

Eu já sofri alguns castigos, não me esqueci de nenhum. Um foi do falecido meu avô. Achei pesado, mas não foi injusto. Foi por cobrar de mim uma obediência que eu não fazia sentido de julgamento; mas para os padrões de educação da época, se fazia justo. Foi minha primeira surra de verdade!!!

Meu segundo castigo veio do meu amado pai. Homem muito amoroso...sentia vontade de abraçar e beijar seus filhos, mas os costumes da época não eram tão favoráveis a esse tipo de sentimento ser exposto...mas ele amava å maneira sempre com um sorriso e um elogio que era de imensa valia. Foi a segunda e última surra que tomei na minha infância...sempre fui muito obediente e prestativo sem precisar ser cobrado. Assim foi minha vida inteira, de criança até minha fase adulta de vida. Ambas as surras não tiveram outra razão que não fosse por amor. Nem todo castigo é por razão de violência; muitas vezes castigamos pelo amor que dispensamos ao nosso castigado.

Hoje sofro muito castigo da pessoa que amo, mas não sei se esse castigo se parece com o castigo da surra do meu avô e do meu pai.

Hoje eu dispenso todo o amor que há em mim e ainda assim, não sou compreendido, sofro com o castigo do sumisso, do pouco caso, da ignorância de uma dor que provoca gemidos de sofrimentos, mas não há ouvidos sensíveis capazes de capitar os mais altos dos meus gemidos.

Isso me leva a uma confusão mental e emocional que por vezes tenho que passar pela angústia do choro sufocado. O choro, em algum momento é bom...mas no momento que tem que ser sufocado a dor ultrapassa todos os limites das suas forças.

O julgamento com presunção de erro é triste, mas quando você, mesmo não cometendo o presunçoso ato, se declara culpado e não é perdoado pela pessoa amada , é caso de se pedir socorro a Deus...

Tenho feito isso por muito tempo e a todos os momentos...mas os ouvidos do meu amor não tem sintonia prá mim ouvir.

Acho injusto, pois amo como nunca amei ninguém...mesmo quando faço o menor gesto de carinho e gentileza, meu amor me pede a paz.

Eu que também não fiz guerra, vou proclamar a paz, para dar meus ouvidos a meu amor, que tudo me nega, mesmo quando peço por favor...

Como eu amo o meu amor, vou atender ao seu pedido amor. Vou te dar a paz...

Gaivota
Enviado por Gaivota em 22/05/2023
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