Aforismos 1 - Gosto, beleza, Igreja e vida
O gosto não é uma variável relevante para estruturar a realidade. No mundo real, pouquíssimas pessoas se movem por "gosto". Se o gosto fosse importante, todos estariam na praia gastando o dinheiro alheio. Por gosto, não haveria médicos nos hospitais, caixas nos supermercados, caminhões de entrega, professores nas escolas ou lixeiros nas ruas. Se o gosto fosse elemento fundamental, bebês e idosos morreriam de fome aos milhões. Esqueçam o gosto e façam o que é preciso.
Uma das piores tragédias para a vida de uma mulher é a de ser uma jovem dotada de beleza excessiva. Ela passa a juventude sendo obrigada a reagir aos desejos de pênis desgovernados. Muitas desperdiçam a vida se entregando aos malandros da localidade.
Lêdo engano quem acha que o Brasil é uma bagunça. Talvez até o seja para as classes mais ricas e poderosas do extrato social. Para os trabalhadores comuns, sejam públicos ou privados, a foice da justiça corta rente ao chão.
A Igreja existe para falar o que não se deve fazer fora dela. Apenas isso. Se as pessoas cumprem ou não, pouco importa. No dia em que a Igreja deixar de proibir, sua existência não fará sentido.
Quanto menos as pessoas cumprirem as determinações da Igreja, mais ela se destacará como luz em meio às trevas.
O gosto não importa. Quem se move pelo gosto é a criança, a qual ainda desconhece de que material o mundo é feito. E a criança, como tal, ainda precisa ser inserida nos marcos civilizados que possam garantir a própria sobrevivência. Não que a criança seja bárbara, mas sim inciviizada.
A vida é uma possibilidade indefinida, na qual os resultados parecem - numa primeira observação - completamente aleatórios.