Deus, te perdoo!
Em algum momento do Existir, despertei dentro de mim. Do nada absoluto, mergulhei diretamente em tudo que há. A partir deste incidente, passei "eu" a existir também, ou talvez sempre tenha existido!
Pela tremenda capacidade de algo acima, fui expelido do nada diretamente naquilo que simplesmente é. Agora "eu" sou alguma coisa, mas o que?
Mas poderia o criador, se é que há, questionar a criatura sobre querer viver antes mesmo de cria-la? Isso seria questionar a inexistência. Tudo que existe, e é inteligente, só existe porque, no princípio, não pôde ter escolha alguma.
Será se o criador, se é que há, dá a luz ou o próprio corpo? Será se o criador, se é que há, dissolveu-se em sua obra ou, separada dela, a governa?
O preço da vida é a carne e o sangue e o pagamento é certo, derradeiro.