Lobo
É bíblico, antes sozinho, que (bem) mal acompanhado.
O isolamento distanciado, pacto social decretado pelos humanos, nunca foi novidade para os lobos. Porém, acompanhado pela Lua, os lobos nunca se sentem solitários; e vez para outro, estaca para reverenciá-la com um sonoro e aterrador uivo.
Os humanos têm mesmo que ancorarem-se nas ciências, na inteligência artificial, porque para Eles, a inteligência intuitiva natural é inteligível. Está longe, muito longe de ser entendida.
Repentinamente formou-se um arco-íris ao fundo, completando o quadro que iniciara sendo pintado. A moldura lateral compunha-se por nuvens acima do dossel da floresta. Do sopé dela emergia um enevoado fumacê. Acima das nuvens, um sol alaranjado cuspia labaredas de fogo; fazendo o arrebol vespertino banhar os montes e colinas. Com a cabeça para fora da loca, o dragão Diodorim via tudo. Vez para outra baforava as notas das cancões da banda alemã Karol of Harvest, fato que deixava os demais habitantes do longínquo Vale Perdido, boquiabertos. Até o anoitecer, como sempre fora por àquelas bandas, a magia fantástica baixara sobre o vale. Terminado o concerto, dormiram felizes. Sem se preocuparem com o desconhecido. E um dos motivos era a baforada sonora do dragão Diodorim, amigo acalentador de todas as tardes. Amigo dos amigos!
- fique bem consigo, alimente-se da paz, tanto quanto Eu vos alimento a alma com o mais puro e cristalino rock progressivo; expressão musical que ultrapassou as barreiras do som. Boa noite. Que tenhas um sono reparador!
E bocejou um bocejo, estremecedor, sob o qual, todo Vale balançou. Morrarias chegou deitar; mas nada que não fosse a ratificação do desejo uma boa noite!