Conhecendo-se!
A asnice há de matar os burros; e os que sobrarem da espécie de mortos, há de assassinar os asnos.
E os que sobrarem dos asnos, há de matar os burros. E os que sobrarem dos burros, há de matar...
Se o leitor é maior de 10 anos, mesmo que tenha dificuldade em lidar com as palavras, é pai de um poema; e deve(ria) pari-lo - ao menos em estilo biográfico.
Na era que criança anda armada até os dentes, poste mija em cão, gato come rato, equinos dão marcha-ré, maconha é cigarro de palha; safadeza, corrupção e desonestidade são documentos de identificação; mais de 2 mil adolescentes reunem-se na madrugada para dançar funk; e respaldado por leis, criança manda e demanda nos pais e avós, a dupla infernal Corona e Covid faz a tourne pelo mundo, denominada: "Cantamos para realinhar a hierarquia, ditar a disciplina, impor a retomada da ordem e globalizar a democracia".
A lição foi lida, relida e sabemos de cor, mas torna-se necessário repassar os principais capítulos, sempre.
Nem que seja na marra do isolamento, repensar conceitos, mudar comportamentos e modos de vida, é necessário.
O concerto mundial da dupla está deixando isso claro, até para os cegos, negros, surdos, religiosos, pobres, obtusos, esquecidos, intelectuais, endinheirados, brancos, ateus, e ignorantes.
Moral do concerto: ouvem, leem e propõem-se à uma coisa; praticam o exercício de outra. Destarte, resta o chicote coletivo no lombo da massa bruta.
Quando a dupla cessar a tourne, o barulho descomunal terminar, o perfume de formol misturado enxofre acabar e o falso silêncio voltar aos lares, por favor, caneta e folha de papel na mão, cuja finalidade é escrever o seu poema. Daqui, sabe-se lá à quanto tempo, será lido.
Todavia, leve em conta que quanto mais cedo iniciar e mais limpa e revisada for a ortografia, proporcionalmente ao zelo pela redação, será o texto final.
E nem venha com a desculpa esfarrada que está cansado, ou que não tem tempo. Não esconda-se à sombra do clichê proveniente do inconsciente coletivo, o qual a massa bruta justifica seus atos e participação no todo, dizendo que os "tempos mudaram".
Afinal, 60 dias ou mais, não são suficientes para repensar quem tu és, e o que tens contribuido para a devassa mundial; ou prefere que os vírus continuem participando de sua vida?
Não, por favor, não responda para o interlocutor, mas cada um que confabule com seu âmago, pondere com seu íntimo, responda para sua consciência e antes que esqueça, redija seu poema e cole-o na porta da geladeira.
Caso contrário, a dupla Corona e Covid voltará com novo concerto; obviamente, com o pH (potencial Hidrogeniônico) um pouco mais ácido - um poeta sabe o que o outro poeta quer dizer sobre o grau de acidez na poesia da vida.