(aned)Otário de Terror
1 Frase do tamanho de 1 Conto
Há mais ou menos 60 anos passados, o que os cátedras chamaram de êxodo rural, os Galináceos largaram seus ninhos e poleiros, indo refugiar-se nas cidades. Lá retomaram a vida, construíndo ninhos horizontais, bem como um em cima do outro, de lascas de pedras.
Alguns ninhos das gaiolas quadradas ou retangulares, possuem vitrais nas fachadas envidraçadas. Coisa assombrosa de bela para as vistas. São tão imponentes e pomposos, que causam congestionamentos.
Apesar dos contratempos, vivem felizes. Porém, ao aparecer miniaturas de raposas, apavoram-se. Jamais esperariam ser atacados por animais que os atacavam na grota profunda, onde residiam.
E ao depararem-se com a lei do eterno retorno, os frangos e pintos correm, disparam, saem em debandada para debaixo das asas de penas da Galinha matriarca. Que por sua vez, recolhe-os todos e dispara correria de volta para a grota.
Estando lá, escondidos e assustados no com o assombro, mas em aparente sossego, ouvem do Cervo Gaieiro: "éée, Galináceos, ocês foru pra cidade, o bicho foi atrás. E cuando o bicho pega lá, corre pra cá. Mas num vem cume minha verdura, não. Pois cê fique sabeno, que cuando eu tava prantano, num apareceu um pé de passarim, pra ajuda. Entonces, sai pra lá".
E o malvado Cervo cai na gargalhada; enquanto a matriarca nina os filhotes, dizendo: "deve ser o fim do mundo, pois veja ocês, que aonde agente vai, o diabo também está lá".
2 animais gladiadores sob as leis do eterno retorno.
A asnice há de matar os burros; e os que sobrarem da espécie de mortos, há de assassinar os asnos.
E os que sobrarem dos asnos, há de matar os burros. E os que sobrarem dos burros, há de matar...
1 Realidade
Certas espécies animais, se torar-lhes o pescoço, o crânio com neurônios e tudo, não sofrerá nem pouco; pois não obstante, são tocadas pra lá, pra cá, pelos ventos.