Oleiros

A solidão dos oleiros moldam suas obras de arte na sólida argila da verdade corrupta.

Enquanto a construção da verdade é erguida por mãos caprichosas que manipulam os materiais selecionados e após a obra de arte estar em pé, é questionada e odiada, a corrupção é feita de pouco esforço, prazeirosamente sociável e via de regra, venerada como santidade por santos Corruptos e Corruptores.

Enquanto a verdade é solitária e caminha sozinha pelas alamedas da vergonha, a corrupção flui livremente nos veios sanguíneos do corruptores, receptadores, oportunistas, desonestos e tantas outras espécies de zorros e mascarados sociais.

Entre a verdade e a corrupção, a indomável corrupção prevaleceu no passado, prevalece no presente e prevalecerá no futuro.

Verdade é ato nobre dos simples e humildes, enquanto a corrupção ostenta poder, fotos, sorrisos e mania. E no reino humano, vence a maioria.

Na disputa entre a verdade e a corrupção, a verdade sempre sairá do embate derrotada; tal afirmativa se deve ao fato que as leis editadas pelos Santos em Constituinte, não permitem empate, portanto, a corrupção levantará o troféu representado a vitória, sempre.

Resumindo: a linha tênue que separa a verdade da corrupção, é a latente hipocrisia, safada e covarde reinante no cerne da espécie humana.

Diante da arbitrariedade das interpretações, cada oleiro molda os milímetros da fita métrica da vida, conforme a ocasião e interesses individuais, tornando-as obras superfaturadas pela corrupção nada aparente.

Contentem-se honestos iluministas da verdade, pois como sabeis, os atalhos é o modo mais fácil de se chegar ao denominador comum, chamado corrupção.

A verdade não, pois verdade é verdade e ponto; mas a corrupção é movida pelas bravatas.

E antes que meu corpo definhe debaixo de sete palmos de terra, dando minha escrita como corrupta desonesta e na condição de escritora, não será a primeira unha do pé até o último fio de cabelo de minha pena, que será, verdadeiramente, honesta.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 04/03/2018
Reeditado em 04/03/2018
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