Será que tudo iria mudar?
Parei, olhei em volta, senti o sol bater no rosto.
Uma brisa fria veio acompanhando aquele raio de sol. Tempo incomum que combinava com a mescla de sensações que ocupavam meu peito no momento.
Tirei um pé da cama; formigação.
O outro deixei repousar por uns minutos enquanto massageava o pé que formigava para tentar aliviar a dor.
Quando tudo parecia estar certo, levantei da cama, vesti uma roupa e desci pra tomar um café.
Sozinha em casa. Não tinha ninguém, só o vazio que naquele dia veio multiplicado e ocupando mais espaço; me sufoquei.
Sentei no sofá, liguei a tv. Um programa dos anos 90 estava passando:
Jovens bonitos, namoradores e com ótimas carreiras e belas casas. Me via assim daqui a 10 anos.
Eu tentava ser otimista, embora isso fosse uma experiência de quase-morte para mim.
Me entreti por uma meia hora enquanto o programa estava passando.
O telefone tocou. Atendi.
-Alô?
-Oi, me chamo Dora. Recebi seu e-mail e gostaria que comparecesse na minha loja para uma entrevista de emprego.
-Sim. Claro!
-Ótimo (...)
Depois de meses vivendo uma vida pobre, senti a sensação de que essa seria a minha vez de começar a ser como as pessoas do programa... só que mais vazia e mais confusa.