Será que tudo iria mudar?

Parei, olhei em volta, senti o sol bater no rosto.

Uma brisa fria veio acompanhando aquele raio de sol. Tempo incomum que combinava com a mescla de sensações que ocupavam meu peito no momento.

Tirei um pé da cama; formigação.

O outro deixei repousar por uns minutos enquanto massageava o pé que formigava para tentar aliviar a dor.

Quando tudo parecia estar certo, levantei da cama, vesti uma roupa e desci pra tomar um café.

Sozinha em casa. Não tinha ninguém, só o vazio que naquele dia veio multiplicado e ocupando mais espaço; me sufoquei.

Sentei no sofá, liguei a tv. Um programa dos anos 90 estava passando:

Jovens bonitos, namoradores e com ótimas carreiras e belas casas. Me via assim daqui a 10 anos.

Eu tentava ser otimista, embora isso fosse uma experiência de quase-morte para mim.

Me entreti por uma meia hora enquanto o programa estava passando.

O telefone tocou. Atendi.

-Alô?

-Oi, me chamo Dora. Recebi seu e-mail e gostaria que comparecesse na minha loja para uma entrevista de emprego.

-Sim. Claro!

-Ótimo (...)

Depois de meses vivendo uma vida pobre, senti a sensação de que essa seria a minha vez de começar a ser como as pessoas do programa... só que mais vazia e mais confusa.

Thina Freitas
Enviado por Thina Freitas em 20/07/2017
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