Intimidades 548
Estou a ver o mundo como se pudesse, de novo, mergulhar no seu tumulto e emergir em champanhe, buliçosamente embriagado de alegria. Gargalho muito se o tempo é de feição mas ninguém contabiliza sequer um sorriso no severo estar do meu rosto. Quando não se vê provo do mosto, coisa boa a antecipar sabores, força e as mil cores do vinho em taça de cristal, no fundo da caneca, a escorre-te dos lábios ainda carnudos. Estou a ver o mundo, a namorar-te sem que se saiba, a correr sem pernas pelos teus caminhos. E vou mais lento e vimos juntos para ver o que há de novo e somos, para quem não saiba, da mesma idade. Temos, ambos, sonhos impossíveis.