Intimidades 548

Estou a ver o mundo como se pudesse, de novo, mergulhar no seu tumulto e emergir em champanhe, buliçosamente embriagado de alegria. Gargalho muito se o tempo é de feição mas ninguém contabiliza sequer um sorriso no severo estar do meu rosto. Quando não se vê provo do mosto, coisa boa a antecipar sabores, força e as mil cores do vinho em taça de cristal, no fundo da caneca, a escorre-te dos lábios ainda carnudos. Estou a ver o mundo, a namorar-te sem que se saiba, a correr sem pernas pelos teus caminhos. E vou mais lento e vimos juntos para ver o que há de novo e somos, para quem não saiba, da mesma idade. Temos, ambos, sonhos impossíveis.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 17/06/2017
Código do texto: T6030172
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.