Engando-se a si mesmo
O que aquieta-me muitas vezes é o silêncio dos outros.
Submeto então as minhas emoções aos pés do rebanho que passa.
Desejo então dos outros os seus fervores sem saber as origens.
Enganando a mim mesmo porque desejo uma falsa felicidade.
O futuro seria belo então não fosse a minha sede do imediatismo.
Frustra-se o ser imaginando que resolve tudo pela alegria.
Ou que à deriva se encontra elos com os anos perdidos.
Incapaz de perceber os traços que cria
Fica perplexo quando descobre que o espelho apenas reflete
a sua aparência física.
Arredios os olhos parecem-lhe maquiavélicos pois refletem a sua alma vazia.
Um fantoche social, meio-amor, meio-ódio, meio-sol, meia-noite,
meio-sábio, meio-ignorante...Fases que se seguem, perigosas quando se entrelaçam criando um ser oco, sem-meio, sem-fim.
Apenas com um começo no qual não soube nem se reconhecer.