Engando-se a si mesmo

O que aquieta-me muitas vezes é o silêncio dos outros.

Submeto então as minhas emoções aos pés do rebanho que passa.

Desejo então dos outros os seus fervores sem saber as origens.

Enganando a mim mesmo porque desejo uma falsa felicidade.

O futuro seria belo então não fosse a minha sede do imediatismo.

Frustra-se o ser imaginando que resolve tudo pela alegria.

Ou que à deriva se encontra elos com os anos perdidos.

Incapaz de perceber os traços que cria

Fica perplexo quando descobre que o espelho apenas reflete

a sua aparência física.

Arredios os olhos parecem-lhe maquiavélicos pois refletem a sua alma vazia.

Um fantoche social, meio-amor, meio-ódio, meio-sol, meia-noite,

meio-sábio, meio-ignorante...Fases que se seguem, perigosas quando se entrelaçam criando um ser oco, sem-meio, sem-fim.

Apenas com um começo no qual não soube nem se reconhecer.

Robertson
Enviado por Robertson em 18/05/2015
Reeditado em 18/05/2015
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