A Vaca, o Vaqueiro e o Desentendido
Todos os dias ele passa por alí e o Vaqueiro sentado no banco embaixo da árvore, pitando um cigarro de palha lhe cumprimenta com um "bom dia, ou uma boa tarde; e em seguida insulta-o: "cadê a companheira? Cadê a companheira, cadê?
O sujeito Desentendido e ao mesmo tempo tranquilo e sereno, como pingos de chuva desfeitos pelo vento, respondi: "tá vindo, tá vindo, logo chega! Aguarde..." E sempre, sempre, dias após dia, essa latumia entre o Vaqueiro e o Desentendido vai se repetindo.
Um dia desses, o Vaqueiro molhava a garganta com uma lata de cerveja gelada, espiava a tela do celular e quando não, chamava as vacas que estavam socadas nos confins do morro.
Repentinamente aparece o Sujeito, vindo sabe-se lá de onde. Cumprimentou e foi cumprimentado pelo Vaqueiro. Não tardou nada, ouviu: "cadê a companheira; sumiu, cadê.
- liga pra ela. Aproveita o celular e liga pra ela.
- nada. Ela já ouviu. A lá, tá descendo. Vem, vem, vem...
- que nada, eu vou buscar, pelo menos uma Vaca pra você. Quem sabe ela ainda dá leite. Espere aí, que já eu subo a serra.