O patinho que sonhava voar

Essa é a historia de um lindo patinho que nasceu numa linda manhã de verão. Era amarelinho, tinha um brilho especial nos olhos. Ele morava com a Mamãe Dona Pata, o papai Sr. Pato e suas irmãs patinhas. Todos viviam felizes a beira de uma linda lagoa. A mamãe era super cuidadosa e seus filhotinhos viviam embaixo de suas asas protetoras.

E assim cresceram os patinhos. As patinhas foram viver do outro lado da lagoa, já estavam prontas para serem mamães e terem seus próprios filhotinhos. Mas o patinho tinha outro sonho. Voar bem alto como fazem as águias. Mas, caro leitor cabe lembra-los que a Mamãe Dona Pata jamais permitiria tal loucura, afinal como ela iria protegê-lo dos perigos de tal magnitude?

Assim, o patinho fora obrigado a guardar seus sonhos numa caixinha. Acordou um dia, pegou-a e enterrou-a bem num buraco bem fundo. E assim a vida passou... AH, o tempo, que inimigo cruel você se tornou... O patinho sonhador se esqueceu do seu sonho... A sua caixinha ficou enterrada durante muitos e muitos anos.

Um dia, o patinho acordou e olhou no espelho. Sentiu-se doente. Seus lindos cachos de outrora estavam embranquecidos, seus olhos já não tinham o mesmo brilho, seu rosto estava marcado pelas rugas que guardavam sua história.

Sim caro leitor, o patinho descobrira que tinha envelhecido, e isso foi um grande susto! Pensou: “preciso urgente de ajuda”. E resoluto foi procurar conselhos com a dona Ratinha. Ela apesar de jovem conseguiu ler toda a historia de vida do Sr. Patinho. Mostrou-lhe que ele tinha perdido sua vida tentando agradar os todos e fazendo isso deixou de viver seus próprios sonhos.

Mas, caro leitor, o patinho nunca tinha saído das asas da mamãe Pata, e assim não aprendeu a viver sozinho. O que aconteceu? O patinho frágil vendo-se perdido foi buscar proteção da dona Ratinha. E infelizmente, o patinho, sem perceber, tornou-se prisioneiro dos seus próprios medos.

Um dia, o tempo cruel bateu-lhe à porta. O patinho teve um sonho. Acordou-se num sobressalto e lembrou-se da sua caixinha de sonhos. Resolveu que precisava desenterrá-la. Assim foi caminhando lentamente, Seus pensamentos e medos o consumiam, mas tinha que ser corajoso! Chegou. Cavou bem fundo, e de repente viu guardadinha, já gasta pelo tempo sua linda caixinha dos sonhos. Olhava-a com receio de abri-la. Pensou: “será que os meus sonhos ainda estão ai?”, mas o medo de abrir a caixinha e não os vê-los foi muito maior... Ele a enterrou novamente. Caminhou sem olhar para trás.

A dra. Ratinha mantinha-o protegido. Consolava-o. Mas nuca se esqueceu da sua linda caixinha. Dizia para si mesmo: “um dia voltarei para buscá-la. Mas, o tempo cruel passou ainda mais rápido e o pobre patinho um dia acordou e olhou-se no espelho. Seu rosto estava ainda mais marcado pelas dores da vida. As rugas e os cabelos embranquecidos o lembravam dos sonhos que deixara de viver... ah, caro leitor, o medo é um inimigo muito, muito cruel. Ele corrói aos poucos, vai consumindo dia a dia, tornando-nos prisioneiros. Nos obriga a guardar as caixinhas de sonho e a buscar consolo nas asas e abraços protetores.

Mas o patinho, um dia acordou corajaoso! Resolveu se libertar dos seus medos de uma vez por todas! E o primeiro passo para isso seria desenterrar sua caixinha. Desta vez não caminhava lentamente, corria desesperado, precisava recuperar todo tempo perdido pelo medo. Correu... Correu... Finalmente chegou.

Desenterrou-a. E lá estava ela, esperando-o durante todo esse tempo... Quando decidiu abri-la percebeu que não precisava mais ter medo... Que não precisava mais de abraços protetores, que era forte. E que sua força emanava daquela pequena caixinha de sonhos.

Libertou-se. E voou bem alto como uma águia... Enfim estava feliz.

Claudia Maria Chiarion

17/12/2019.

CLAUDIACHIARION
Enviado por CLAUDIACHIARION em 17/12/2019
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