O SEGREDO DA CASINHA AMARELA

Era véspera de Natal. Todos na floresta estavam animados com as festividades, uns queriam decorar as árvores com muitas luzes, seria, segundo o prefeito Sr. Coelho, o Natal mais iluminado de todos os tempos!

Cada casinha competia qual seria a mais bonita, mais iluminada, a mais alegre do Natal! Mas, no meio de tanta alegria, via-se uma casinha amarela, de um tom já desbotado pelo tempo que era a única que estava toda apagada. Não se ouvia nenhum ruído, nenhuma manifestação. Era tudo silêncio...

Diziam as más línguas da vizinhança, que a moradora da casinha era uma borboleta, os vizinhos nem se lembravam dela, vivia sozinha na casinha amarela. Os mais antigos da floresta se recordavam que a borboleta fora outrora uma linda espécime, era azul, de vários tons, voava lindamente e seu sorriso encantava a todos.

Um dia, de repente, sem aviso nem motivos aparentes, a linda borboleta se trancou em sua casinha e nunca mais fora vista... Ninguém sabia a verdadeira causa dessa reclusão. Muito tempo se passou... Muitos Natais e a casinha amarela continuava assim, sem alegria... na escuridão...

Um dia, as vésperas do Natal, em meio a toda agitação e decorações, apareceu na floresta um jovem grilo. Era muito falante, alegre logo se enturmou na vizinhança e se tornou muito querido por aquelas redondezas.

Cabe lembrar caro leitor que o jovem era muito curioso e observador. Logo percebeu que por trás daquela casinha havia um grande mistério! O jovem grilo perguntou para o SR. Coelho, que era o prefeito da floresta, porque a casinha amarela estava silenciosa e não estava decorada para o Natal.

O s.r. Coelho respondeu:

-Naquela casinha vive uma borboleta azul, outrora muito bonita, alegre, feliz, há muito tempo ninguém tem noticias e ela vive sozinha reclusa, ninguém mais soube noticias dela...

O sr grilo como era curioso demais e gostava de ajudar a todos resolveu que iria desvendar o segredo da casinha amarela de uma vez por todas!

Um dia, encheu-se de coragem e foi bater na porta da borboleta azul.

-Toc toc. O Silencio era sepulcral

-Toc toc – insistiu o Grilo.

Na terceira tentativa, ouviu-se um ruído na fechadura da porta, um rangido na verdade, pois a porta não se abria a tanto tempo que estava enferrujada. Uns minutos se passaram, e de repente apareceu à silhueta de uma borboleta. A principio receosa deixou a porta entreaberta, mas o jovem lhe sorriu e ela percebendo que seus olhos tinham um brilho encantador...

O jovem Grilo empurrou lentamente a porta e o que viu tocou-lhe o coração... Viu um rosto que guardava a beleza do passado... Olhos que guardavam muitos mistérios... A borboleta olhou para o Sr, Grilo de cima a baixo, ele estava todo despenteado, os cabelinhos revoltos caiam-lhe sobre a testa.

A pequena olhou para ele e esboçou um discreto sorriso... Sim, tinha perdido há muito tempo o hábito de sorrir... Ela se fechara na casinha amarela e junto dela sua alegria, seu brilho... Durante muitos anos ela via somente o céu cinza pela fresta da janela.... Já não via alegria em voar, em viver...

Seus dias foram solitários.

Ate que ele apareceu na sua casinha amarela. Ah caro leitor, existem mistérios que não podem ser desvendados. O que se sabe é que ninguém, de fato, soube explicar exatamente o que houvera naquela casinha amarela as vésperas do Natal... Alguns arriscavam dizer que fora um milagre natalino; outros dizem que ela se apaixonou pelo sorriso do Sr. Grilo

Só sabemos caro leitor, que aquele pequeno Grilo não só conseguiu desvendar o segredo da casa amarela, como conseguiu colocar cores e alegria na vida da pequena borboleta. Ele a despertou para a vida! E dizem as más línguas que os dois viveram felizes para sempre na linda casinha amarela.

Assim, os dias de céu cinzento ficaram no passado... A vida voltava a ser colorida, e os Natais? Ah, os Natais...

CLAUDIACHIARION
Enviado por CLAUDIACHIARION em 09/12/2019
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