A Casa da Infância
A casa era simples. De madeira, telha de barro e chão de madeira.
O jardim começava no pequeno portão de ferro e se estendia até o meio do terreno.
Rosas, hortênsias, azaléas, orquídeas, cravos e margaridas, disputavam cada palmo de terra. Um pé de café coroava a entrada, um de laranja, separava as dálias.
Nas manhãs, a casa despertava tranquila. Às terças e quintas, um escovão preguiçoso fazia seu trabalho polindo a madeira recém-encerada. O cheiro da cera e do óleo de peroba então invadia o quarto e se misturava com o perfume do travesseiro de macela.
Não havia tristeza, ansiedade ou preocupação. O tempo, lento, não era fugidio.
Nas tardes ensolaradas passadas na varanda minúscula, as abelhas miúdas e também as douradas faziam a dança do pólen ao sol.
Às vezes, o som de um avião distante ou madeira sendo serrada, interrompia o silêncio moroso dos dias, mas logo desaparecia na tarde preguiçosa.
No final do dia, quando o calor abrandava, o jardim era regado e o cheiro da palha de café que servia de adubo subia em ondas e se mesclava com os perfumes das flores.
Quando a noite caía, o jasmins e damas da noite de todos quintais faziam companhia para os grilos e para brisa que invariavelmente aparecia.
Assim era a casa da infância.
Sem móveis desnecessários, sem decoração. Quadros eram raros, tapetes mais ainda. Mesmo assim, a casa era rica de um jeito que só a simplicidade pode ser.
Desprovida de enfeites vãos, mas repleta da serenidade de quem compreendia que é preciso muito pouco para se viver com alegria.
Casas como esta me parecem muito raras hoje em dia. Falar sobre ela, soa quase como uma fantasia de alguém que já foi criança há muito tempo e sonhou que ela existia.
Mas ela existiu e nas minhas memórias mais caras, é a casa que ainda guardo no coração e que norteia meu modelo para a construção do que eu chamo de lar.
O jardim começava no pequeno portão de ferro e se estendia até o meio do terreno.
Rosas, hortênsias, azaléas, orquídeas, cravos e margaridas, disputavam cada palmo de terra. Um pé de café coroava a entrada, um de laranja, separava as dálias.
Nas manhãs, a casa despertava tranquila. Às terças e quintas, um escovão preguiçoso fazia seu trabalho polindo a madeira recém-encerada. O cheiro da cera e do óleo de peroba então invadia o quarto e se misturava com o perfume do travesseiro de macela.
Não havia tristeza, ansiedade ou preocupação. O tempo, lento, não era fugidio.
Nas tardes ensolaradas passadas na varanda minúscula, as abelhas miúdas e também as douradas faziam a dança do pólen ao sol.
Às vezes, o som de um avião distante ou madeira sendo serrada, interrompia o silêncio moroso dos dias, mas logo desaparecia na tarde preguiçosa.
No final do dia, quando o calor abrandava, o jardim era regado e o cheiro da palha de café que servia de adubo subia em ondas e se mesclava com os perfumes das flores.
Quando a noite caía, o jasmins e damas da noite de todos quintais faziam companhia para os grilos e para brisa que invariavelmente aparecia.
Assim era a casa da infância.
Sem móveis desnecessários, sem decoração. Quadros eram raros, tapetes mais ainda. Mesmo assim, a casa era rica de um jeito que só a simplicidade pode ser.
Desprovida de enfeites vãos, mas repleta da serenidade de quem compreendia que é preciso muito pouco para se viver com alegria.
Casas como esta me parecem muito raras hoje em dia. Falar sobre ela, soa quase como uma fantasia de alguém que já foi criança há muito tempo e sonhou que ela existia.
Mas ela existiu e nas minhas memórias mais caras, é a casa que ainda guardo no coração e que norteia meu modelo para a construção do que eu chamo de lar.