A esperança caminha pelo deserto
Um menino morava em um acampamento no deserto.
Todos os dias trabalhava de sol a sol para o povo do lugar. Em troca, recebia comida e um lugar para dormir. Era órfão e naquela cidade, um órfão não valia nada.
Um dia, depois de longas horas caminhando no sol, viu um homem sorridente que o esperava no meio da areia escaldante.
O menino se aproximou e perguntou desconfiado:
- Quem é você?
- Um negociador – respondeu o homem.
- E o que negocia neste deserto?
- Felicidade.
O garoto não entendeu e o homem explicou:
- Você tem sido observado e terá sua chance. Para tanto, é preciso apenas fazer algo bem simples: caminhe por um dia e uma noite em direção ao poente. Após este tempo, você encontrará a felicidade.
O menino pensou um pouco. Estava cansado. Apesar da pouca idade, se sentia um idoso machucado pelo trabalho pesado e pela vida árida. E já que não tinha nada a perder, resolveu fazer o que o homem dizia.
- Está bem – respondeu sem muita animação.
E por um dia inteiro e uma noite gelada, caminhou na direção indicada. Na manhã do segundo dia, se deparou um gigantesco muro de pedra. Irritado, praguejou e amaldiçoou sua ingenuidade por ter sido enganado.
Silenciosamente, o homem surgiu ao seu lado e explicou:
- Eis o muro da verdade. Após ele, um paraíso o aguarda – falou o homem com a voz calma.
- E como passo por ele?
- É muito simples – disse o homem com a voz serena. – Antes de tocá-lo você deve abandonar do lado de cá três coisas. Se assim o fizer, encontrará um mundo novo ao seu dispor.
- E o que são estas três coisas?
O homem fitou o garoto por vários segundos antes de responder:
- Deixar de lado as drogas malditas, seguir as leis de Deus e aceitar os presentes que receber.
O menino ficou entusiasmado. Era muito fácil já que não usava drogas, sabia a maioria das escrituras sagradas e aceitava qualquer migalha que lhe fosse oferecido.
- Está bem – respondeu imaginando a vida farta que havia após aquele muro.
- Então feche os olhos, limpe seu coração e passe pelo muro, meu jovem.
E assim o menino fez. Tocou a pedra áspera banhada pelos primeiros raios de sol e o muro se desfez. Quando se achou seguro, abriu os olhos e ficou chocado com o que via. Atrás do muro estava o mesmo deserto em que sempre vivera.
Não era justo, gritou indignado. O homem o fizera de tolo. Era um demônio que plantou esperanças em seu coração para depois matá-la sem piedade.
E assim, sentindo o coração amargo, o menino tocou novamente o muro e voltou ao ponto de partida.
O homem o esperava pacientemente.
- Você é um demônio e me enganou – disse com raiva para o homem que o olhava com compreensão.
- Não é verdade. Por trás deste muro, está realmente o paraíso.
- Sua fala me deu esperanças e depois me tirou tudo. Atrás deste muro, não há paraíso algum, apenas solidão.
O homem se aproximou e fitou o menino nos olhos.
- Você está enganado. Apenas não cumpriu o que lhe foi pedido.
- Eu não entendo.
Sem deixar de olhar o garoto nos olhos, o homem continuou:
- Você atravessou o muro mas levou junto os venenos que sua alma carrega. Medo, desânimo, desesperança, insatisfação. Junto com estas drogas malditas, você está cego para as leis de Deus e impregnado pela descrença. Portanto, não consegue enxergar e nem receber os presentes que Deus reservou para você. O deserto é sempre o mesmo. O que muda é a forma como o enxergamos e como optamos por viver nele.
O menino ouviu atentamente e compreendeu.
- E não terei outra chance?
- Ah, sim! Todos têm, mas para tanto, é preciso parar de buscar respostas e se preparar para recebê-las.
Quando o sol estava alto no céu, o garoto voltou para o acampamento que agora tinha ares de festa.
O homem sorriu e calmamente observou a esperança caminhando pelo deserto.
Todos os dias trabalhava de sol a sol para o povo do lugar. Em troca, recebia comida e um lugar para dormir. Era órfão e naquela cidade, um órfão não valia nada.
Um dia, depois de longas horas caminhando no sol, viu um homem sorridente que o esperava no meio da areia escaldante.
O menino se aproximou e perguntou desconfiado:
- Quem é você?
- Um negociador – respondeu o homem.
- E o que negocia neste deserto?
- Felicidade.
O garoto não entendeu e o homem explicou:
- Você tem sido observado e terá sua chance. Para tanto, é preciso apenas fazer algo bem simples: caminhe por um dia e uma noite em direção ao poente. Após este tempo, você encontrará a felicidade.
O menino pensou um pouco. Estava cansado. Apesar da pouca idade, se sentia um idoso machucado pelo trabalho pesado e pela vida árida. E já que não tinha nada a perder, resolveu fazer o que o homem dizia.
- Está bem – respondeu sem muita animação.
E por um dia inteiro e uma noite gelada, caminhou na direção indicada. Na manhã do segundo dia, se deparou um gigantesco muro de pedra. Irritado, praguejou e amaldiçoou sua ingenuidade por ter sido enganado.
Silenciosamente, o homem surgiu ao seu lado e explicou:
- Eis o muro da verdade. Após ele, um paraíso o aguarda – falou o homem com a voz calma.
- E como passo por ele?
- É muito simples – disse o homem com a voz serena. – Antes de tocá-lo você deve abandonar do lado de cá três coisas. Se assim o fizer, encontrará um mundo novo ao seu dispor.
- E o que são estas três coisas?
O homem fitou o garoto por vários segundos antes de responder:
- Deixar de lado as drogas malditas, seguir as leis de Deus e aceitar os presentes que receber.
O menino ficou entusiasmado. Era muito fácil já que não usava drogas, sabia a maioria das escrituras sagradas e aceitava qualquer migalha que lhe fosse oferecido.
- Está bem – respondeu imaginando a vida farta que havia após aquele muro.
- Então feche os olhos, limpe seu coração e passe pelo muro, meu jovem.
E assim o menino fez. Tocou a pedra áspera banhada pelos primeiros raios de sol e o muro se desfez. Quando se achou seguro, abriu os olhos e ficou chocado com o que via. Atrás do muro estava o mesmo deserto em que sempre vivera.
Não era justo, gritou indignado. O homem o fizera de tolo. Era um demônio que plantou esperanças em seu coração para depois matá-la sem piedade.
E assim, sentindo o coração amargo, o menino tocou novamente o muro e voltou ao ponto de partida.
O homem o esperava pacientemente.
- Você é um demônio e me enganou – disse com raiva para o homem que o olhava com compreensão.
- Não é verdade. Por trás deste muro, está realmente o paraíso.
- Sua fala me deu esperanças e depois me tirou tudo. Atrás deste muro, não há paraíso algum, apenas solidão.
O homem se aproximou e fitou o menino nos olhos.
- Você está enganado. Apenas não cumpriu o que lhe foi pedido.
- Eu não entendo.
Sem deixar de olhar o garoto nos olhos, o homem continuou:
- Você atravessou o muro mas levou junto os venenos que sua alma carrega. Medo, desânimo, desesperança, insatisfação. Junto com estas drogas malditas, você está cego para as leis de Deus e impregnado pela descrença. Portanto, não consegue enxergar e nem receber os presentes que Deus reservou para você. O deserto é sempre o mesmo. O que muda é a forma como o enxergamos e como optamos por viver nele.
O menino ouviu atentamente e compreendeu.
- E não terei outra chance?
- Ah, sim! Todos têm, mas para tanto, é preciso parar de buscar respostas e se preparar para recebê-las.
Quando o sol estava alto no céu, o garoto voltou para o acampamento que agora tinha ares de festa.
O homem sorriu e calmamente observou a esperança caminhando pelo deserto.