O Cão, o Gato e o Rato viviam em harmonia no início da Criação. Brincavam juntos pelos Jardins do Éden. Foram parar na Terra com seu ‘amos’ para também expiar alguma falta que nem eles sabiam dizer. Por muito tempo, longos anos, mantiveram os laços de serem os ‘amigos’ da família humana. Surgiram as necessidades. Eles foram literalmente envolvidos. O homem dedicava seu tempo com o ratinho no laboratório em pesquisas. A mulher requereu do gato o carinho que não mais recebia do esposo já que seu tempo não sobrava. As crianças se apegaram ao cão por ser este o único que sabia se divertir e o fazia com aqueles em correria desenfreadas pelo quintal. Nasceu o ciúme. Envolveu a todos. Os humanos souberam contorná-lo e o substituiu por outras emoções que também surgiam no dia-a-dia. Mas os animais, que se tornavam extremamente irracionais pela falta de carinho dos ‘amos’, começaram a travar guerras diárias numa tentativa de conseguir, cada um a seu modo, a atenção para si. Sem a devida atenção que buscavam, aos poucos, percebia-se que cada estava desenvolvendo uma atitude que o tornava diferente e inaceitável dos outros. E foram se tornando ‘aminimigos’... Até que, de repente, não mais se suportaram. O Cão, por ser o maior deles, conseguiu manter-se como “o amigo do homem” e permaneceu na casa como vigia. O Gato, por suas artimanhas e sutilezas, conseguiu a atração da mulher e se tornou sua companhia no interior do lar. O Rato, o menos prestigiado, começou a desenvolver suas habilidades de roedor e foi buscar um esconderijo, por ser o menor e mais fraco, em esgotos e buracos que ele próprio cavava. E assim eles se viram como os primeiros “inimigos públicos” da história do reino animal na Terra.