O HOMEM INSATISFEITO
Um homem comprou uma árvore e a plantou no fundo do quintal de sua casa. Ele, muito satisfeito, todos os dias, molhava, adubava e sonhava em ver a árvore carregada de frutos. O tempo passou, a árvore cresceu e logo vieram nela às flores dos primeiros frutos. O homem, satisfeito, comemorou junto à família o presente que a árvore começava a lhe dar. Todos os dias, ele, satisfeito, ia até o fundo do quintal e ficava bobamente a contemplar o rebento dos frutos a pender-se nos galhos da sua árvore. Veio à primavera e com as primeiras chuvas da estação, os frutos da árvore se amadureceram. O homem, satisfeito, por muitos dias colheu os frutos maduros da árvore e deu à família e aos amigos. Todos admiraram os frutos doces de sua árvore. Todos os anos, entre os finais de verões e inícios de primaveras, a árvore estava sempre a pender-se de fartos frutos. O homem sempre satisfeito colhia os frutos maduros e dava à família e aos amigos. Todos os anos, todos admiravam os frutos doces de sua árvore. Anos depois, quando a árvore continuava a sua tarefa nos tempos certos a dar os seus frutos, o homem, insatisfeito, perdeu o interesse dela e de seus frutos. Ele, todavia, não mais colhia os frutos para dar à família e aos amigos. Os frutos da árvore, portanto, passaram todos os outros anos a se amadurecerem e a cairem no chão apodrecendo-se um a um. O homem, insatisfeito, estando um dia debaixo da árvore e vendo os frutos dela espalhados no chão, às moscas, comentou por solilóquio que haveria de cortá-la, porque ela dava muitos frutos... Nos anos seguintes a árvore tornou-se estéril e nunca mais deu frutos para se apodrecerem em volta dela. O homem, totalmente insatisfeito, vendo que a árvore não dava mais frutos, mandou cortá-la.
Moral da história: “É sempre difícil satisfazer a pessoa que não sabe se quer ou não realizar plenamente o seu desejo.”