As Garras da Águia
Certa feita, ao atingir o cume mais alto de uma colina, uma águia muito voraz percebeu que uma de suas afiadas garras estava rompendo-se paulatinamente. Lamentando-se por tal episódio a ave resolveu interromper, por um curto período, as caçadas diárias. Nesse ínterim de sua existência, ela passou a refletir em todos os atos que havia realizado nos últimos anos e como tinha procedido diante de cada perseguição às suas presas. Lembrou-se de como havia dilacerado, algozmente, dezenas e dezenas de coelhos, esquilos, cobras, marmotas e tantos outros animais. Sua destreza e astúcia não a impediram de avassalar, amiúde, seres tão inocentes e indefesos. A sede de se alimentar era maior que qualquer coisa. Não obstante, em frações de segundos, todas essas fustigantes lembranças atravessaram a mente da pobre águia como uma lança pungente que atravessa o alvo. E, a despeito de sua força e majestade, não se conteve de tristeza. Calcorreando-se claudicantemente ao local onde jazia as presas para posteriormente serem devoradas, enxergou vários esqueletos espalhados pelo chão. Nesse momento, envolta por um sentimento macambúzio e pesaroso, a ave impetuosa se desmoronou em lágrimas e seu choro, de início trêmulo, tornou-se recrudescente e hirto como a mais densa tempestade, fazendo-se ecoar aos quatro cantos. Depois de prantear por horas, a águia colocou-se de pé e com um sorriso rejuvenescedor olhou para os pés e contemplou a garra que estava se rompendo e disse: “Garra que destruiu ninhos, abriu entranhas e exterminou vidas, não serás novamente instrumento instaurador do medo.” Daquele dia em diante, a águia mudou completamente. Abandonou as caçadas e passou a se alimentar excepcionalmente de frutos silvestres. E ainda, pôs-se a proteger os animais indefesos de outras aves de rapina.
As adversidades lapida o homem com a mesma precisão que o fogo molda o metal, concedendo-o formas. Muitas vezes é preciso o acontecimento de infortúnios para que o homem pare e reflita sobre suas ações. A sabedoria não é medida pela quantidade de decisões corretas tomadas ao longo da vida. Mas na capacidade de se autoavaliar, reconhecendo o erro e buscando, imediatamente, recomeçar para atingir o acerto. É impossível apagarmos o que já foi feito, entretanto com uma ação presente pode-se interferir no futuro, positiva ou negativamente. Só depende de cada um.
Certa feita, ao atingir o cume mais alto de uma colina, uma águia muito voraz percebeu que uma de suas afiadas garras estava rompendo-se paulatinamente. Lamentando-se por tal episódio a ave resolveu interromper, por um curto período, as caçadas diárias. Nesse ínterim de sua existência, ela passou a refletir em todos os atos que havia realizado nos últimos anos e como tinha procedido diante de cada perseguição às suas presas. Lembrou-se de como havia dilacerado, algozmente, dezenas e dezenas de coelhos, esquilos, cobras, marmotas e tantos outros animais. Sua destreza e astúcia não a impediram de avassalar, amiúde, seres tão inocentes e indefesos. A sede de se alimentar era maior que qualquer coisa. Não obstante, em frações de segundos, todas essas fustigantes lembranças atravessaram a mente da pobre águia como uma lança pungente que atravessa o alvo. E, a despeito de sua força e majestade, não se conteve de tristeza. Calcorreando-se claudicantemente ao local onde jazia as presas para posteriormente serem devoradas, enxergou vários esqueletos espalhados pelo chão. Nesse momento, envolta por um sentimento macambúzio e pesaroso, a ave impetuosa se desmoronou em lágrimas e seu choro, de início trêmulo, tornou-se recrudescente e hirto como a mais densa tempestade, fazendo-se ecoar aos quatro cantos. Depois de prantear por horas, a águia colocou-se de pé e com um sorriso rejuvenescedor olhou para os pés e contemplou a garra que estava se rompendo e disse: “Garra que destruiu ninhos, abriu entranhas e exterminou vidas, não serás novamente instrumento instaurador do medo.” Daquele dia em diante, a águia mudou completamente. Abandonou as caçadas e passou a se alimentar excepcionalmente de frutos silvestres. E ainda, pôs-se a proteger os animais indefesos de outras aves de rapina.
As adversidades lapida o homem com a mesma precisão que o fogo molda o metal, concedendo-o formas. Muitas vezes é preciso o acontecimento de infortúnios para que o homem pare e reflita sobre suas ações. A sabedoria não é medida pela quantidade de decisões corretas tomadas ao longo da vida. Mas na capacidade de se autoavaliar, reconhecendo o erro e buscando, imediatamente, recomeçar para atingir o acerto. É impossível apagarmos o que já foi feito, entretanto com uma ação presente pode-se interferir no futuro, positiva ou negativamente. Só depende de cada um.