entre o vômito e a pétala
entre os sons do meu silêncio escuto mil mortes por dia. elas pulsam no movimento de minhas mãos onde mora a inação que arde no caminho de meus intestinos. há muitos vômitos de não poder que se estrangulam nas artérias fechadas; em cada sinal aberto há gestos de fome. de ruínas. olho por minhas pernas e vejo um pouco do demasiado ou do imenso. por quantas vezes apostou na vida? em quantos poros julgou a alegria de estar de volta a existir?
entre o berro engolido a cada dia, sozinhos a esperar bater no peito um pouco de nossa história de volta. tenho desprezo a quem não toma posse do pouso de si e do uníssono de que somos um povo.
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mas veio pétala ontem