Sou Tão Frágil Sem Ela!
Por Nemilson Vieira Vieira (*)
Já se fez dia!
Vou à janela aberta do meu quarto e vislumbro um céu de brigadeiro…
Ao pôr-me a pensar em nós, vêm-me a mente os melhores momentos que celebramos em outras manhãs da vida…
Nesse caloroso instante de céu azul, em brancas nuvens, refaço-me ao retornar numa imaginação, com mais calor, ardor… — Ao reportar-me ao cenário que vivíamos naqueles encontros alternados, em dias alegres…
Sinto o doce das suas palavras emotivas, por vezes verbalizadas em sussurros aos meus ouvidos.
Esse sentimento bom internalizado ainda arde latente nesse momento na minha alma, ao desejar-lhe novamente.
Num retorno à cozinha a degustar mais um gole dum café forte que havia feito.
Revi numa pia de livros, uma coletânea e ao folheá-la, pus-me a ler o poema “Se Dependesse de Mim” — que escrevi num instante em que a via em meus sonhos.
Com certeza se dependesse de mim, como narrei naquele texto, me punha num galope aos seus braços de amor para a alegria do encontro e da vivência.
A sua passagem por minha vida fora como a dum meteoro numa excursão, a deixar rastros de luz no percurso.
No momento, enxurradas de boas lembranças afloram; sufocam as tentativas que faço em concentrar-me noutras atividades e desprezo a leitura. Sem perceber ponho-me a olhar o nada…
As horas, o tempo parece que nem quis passar direito!
Por um instante me vi apequenado, sem um rumo certo a seguir, vazio, desanimado… Como um peixe fisgado, um tanto fragilizado, sem você por perto.
(08:03:18)
* Nemilson Vieira de Morais
Acadêmico Literário
(08:03:18).