Como ser uma boa amante?
O ônibus velho irritava-me com seu barulho enquanto andava na mesma velocidade; sentava perto da janela como de costume para apreciar a paisagem, da qual cercava o caminho com árvores curtas e verdes, gramados altos e montanhas pequenas e largas. Era o caminho de volta para casa significava que o dia havia terminado. O que eu sentia naquele dia não foi alívio em retornar para minha casa, mas de preocupação e nervosismo. Cometi um erro; francamente eu o escolhi.
A noite estava fria pelo vento e tinha algumas estrelas pequenas no imenso escuro do céu, pensei “Como está tarde, tenho que estar em casa”, porém, estava por perto e longe de chegar nela. Alguém me prendia; meu erro; com aquele sorriso malicioso e voz que sussurrava “Fica mais um pouco”. Nós dois por curtas semanas, continuávamos escondidos de tudo e todos, aconchegávamos em abraços e beijos, cientes o bastante a cometer erros de novo e de novo da melhor maneira possível.
“Sou sua amante agora” não disse isso a ele, mas o jeito que o olhava sim. Ele sabia muito sobre mim, além do que eu mesma admitia ao mundo. Queria fazer o melhor, então as consequências de meus atos estariam adiadas, fora sua namorada e o mundo esperaria terminar cada beijo com mais, e consequentemente fez desejar mais o seu corpo e coração. A boa amante esperaria pela sua hora, mentiria o necessário, forçaria as aparências e espiaria cada olhar para estar um passo a frente da verdade. Esforcei ao máximo para ser o que optei, mas a dura consciência dominou-me completamente.
— Arrependo, arrependo. O espelho já ouviu isso mais de mil vezes.
— Mas eu te quero, por favor volte. Ninguém ouviu, nem mesmo ele. Era tarde demais, já que havia escolhido outra, nem eu ou ela, apenas outra.