VER-SÍCULOS

Há certas filosofias que nos dizem que podemos está no topo mais alto de um pé de laranjeira ou no fundo de um barreiro sem fim, são extremos do eixo da terra, que brincam com a gravidade Newtoniana e te faz escolher entre a laranja mais doce ou o beijo do sapo.

Se bem que não sei se é uma escolha, está no topo ou no fundo. São desses teoremas que não entendemos direito, questões de livre arbítrio, teorias da relatividade ou algo explicado por um livro de auto ajuda de Augusto Cury. Eu prefiro acreditar que o beijo do sapo não á tão ruim assim e que a laranja doce é uma espécie de prêmio, por passar tempo demais com sapos.

Eu beijo sapos?!

A estrada entre os olhos é um eixo na lua cega, perdida em nuvens de um céu engolido por estrelas, é assim que brilha o sorriso speed, derretendo os velcro da boca ao travar os dentes, renascendo no sal da terra o cuspir de dias.

Picos-PI, 03 de novembro de 2013.

Quando a laranja é doce

A estrada é bem mais curta, sinto aromas e um sol radiante, estou com vestido florido, por passos lentos eu dispo um sorriso de flauta-doce que chega a ensurdecer os pássaros em uma invasão oceânica.

Eu caminho feito um peixe em aquário, em transes de aeronaves que furtam os raios e rasgam o céu ao trovejar as têmporas do infinito.

Fortaleza-CE, 03 de Janeiro de 2011.

Mapas

Lembro da minha professora de Geografia, Ana Lúcia, ela tinha um jeito específico de dar aula e por algum motivo algo nela prendia minha atenção, talvez o cabelo cacheado amarrado com um lenço (nada comum), ou talvez a forma fascinante com que falava do BRINC e de como o Brasil não saia da promessa em qualquer relação global.

Certa vez ela nos fez fazer o mapa mundi, desenhar cada detalhe, pintar de lápis de cor e no fim dizer onde queríamos chegar.

Fiquei um dia todo desenhando esse mapa, usava papel carbono, borrava tudo e refazia, e refazia até cada traço sair no sentido das antigas cartografias, eu me sentia navegante, querendo atravessar o cabo das tormentas e descobrir um novo mundo, mas no fim era só eu e os dedos sujo de carbono.

No fim onde que queria chegar?

Fiquei horas tentando entender o porquê daquele exercício, não fazia sentido querer chegar em qualquer lugar era so um mapa e eu parecia estar alojada no papel ou perdida no oceano índico.

Foi então que no dia seguinte, respondi a professora, que não cheguei a lugar algum, mas habitei cada curva do traçado, em grito de Ursa Maior. Ela olhou para mim, sorriu e disse:

- Não gosto como pinta a imensidão do Atlântico, por favor, refaça e traga na próxima aula.

Foi assim que conheci o mundo como a ironia da sede de uma pedra.

Atalhos

Qual era o plano?

- Seguir a vida em uma poesia sem fim, pausada em sossego de solidão.

Bem, eu peguei o atalho de uma prosa.

Pena que poetas, não conhecem pontuação, as pausas do caminho são medos e destoam o que sentem no respirar engolidor de um poema.

CICLOS

Invasão Des(s)Equilíbrio

as marés deixam canções. ...

Picos/PI, 10 de janeiro de 2019.

Y.M.

Yana Moura
Enviado por Yana Moura em 17/01/2019
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