Encontro das pedras (Olivia)

Agora ela terminava seu café e jogava o jornal no sofá enquanto olhava pela sua janela depois de algum tempo emudeceu não só sua voz mais seus pensamentos, se espremeu mais não chorou. Queria gritar mais era tão muda quanto seu sofá, ela era o troféu naquela casa, aquele que você limpa, beija, admira e logo depois guarda para algum outro dia voltar a lembrar. Sua função naquela casa era tal como o da flor na mesa que uma visita admirava na chegada e após 5 minutos era esquecido e lá ficava muda e quieta. Talvez a culpa fosse dela por ter se tratado apenas como objeto de contemplação e de dádivas femininas a principio. Mais como acabar com isso que a consumia de alegria e tristeza e muitas coisas ainda não denominadas... Para ela, ela servia sabia sua utilidade mais que utilidade teria com os outros?

Aquele vazio a preenchia a tornava cheia, cheia dos outros, cheia do mundo, cheia de si... Aquilo se tornava corrente que levava tudo, princípios e seus objetivos. Aquilo que não tinha um nome e que habitava seu corpo e ela própria não lhe daria nome porque aquilo ia muito além de um nome aquilo era seus olhos ,sua boca ,sua pele seu toque ...E aquele soluço preço na garganta, por Deus como aquilo lhe doía ...e se um de envelhecesse o que faria se perderia tudo que tinha sua beleza .

Então se fechou como uma flor fecha suas pétalas esperando sua primavera, ela se fechou...