Resgate

De acordo as pesquisas , 95% dos aterros implantados no Brasil viram lixões a céu aberto , 90% das cooperativas e associações se endividam ou fecham.

Sempre ouvimos falar em fóruns, seminários, associações, simpósios, resgate de cidadania, reuniões, meio ambiente saudável e em sustentabilidade.

Todos os apoios federais, estaduais e municipais em prol dos mesmos são de suma importância, porém a burocracia é tamanha que as vezes, estas verbas não chegam ao destino que necessita e as vezes quando chega por vários motivos são desviadas.

Não adianta implantar aterros sanitários sem condições adequadas e verbas específicas para a manutenção dos mesmos. Não adianta abrir cooperativas e outros sem oferecer instruções ao mesmos. O resgate de cidadania são apenas conseqüência do bem andar da carruagem.

Cidadania para os catadores de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) é simplesmente ser tratado igual qualquer trabalhador, sendo concursado ou contratado pelo poder público municipal ou empresa privada, com os mesmos direitos a plano de saúde, férias décimo terceiro e etc., dessa forma, houve resgate de cidadania.

Pensando em meio ambiente, agressões ambientais, desenvolvimento sustentável que viraram palavras alvo de todos os eventos, contradiz no que se refere à essas cooperativas fechadas, aterros virando lixões e a catadores sem férias, plano de saúde e outros benefícios.

O nosso planeta não tem fronteiras, estas agressões ao meio ambiente e ao direito humano estão se refletindo sobre nos mesmos, independente do local agressor, a natureza responderá a essas agressões e o ser humano também.

Vimos no Brasil esta grande diferença social, em conseqüência disso, temos como resposta, a criminalidade, o analfabetismo e o desemprego dentre outros.

Já o meio ambiente de imediato, dependendo da agressão e a resposta, temos como exemplo a queima de lixo doméstico que causam fumaça na qual respiramos ar poluído, podendo causar uma série de doenças respiratórias no decorrer do tempo . A longo prazo, vão surgindo mudanças drásticas na natureza na qual, na maioria das vezes são irreversíveis. Temos como exemplo com aquecimento global, na qual o homem desenvolvem tecnologias de adaptação, para suportar as mudanças, sendo que essas adaptações não são para todos.

As poucas cooperativas existentes que são históricas estão nos grandes pólos, na qual os catadores jamais vão conseguir separar um quarto dos RSU, pela dificuldade de locomoção e outras, a existência dos aterros sanitários nestas grandes cidades continuam a receber um grande volume de RSU, na qual não deveriam estar ali, juntamente com catadores ou separadores que correm grandes riscos constantemente.

O BNDS, a Caixa Econômica Federal e outros, oferecem apoio em forma de financiamentos, ficando a critério da cooperativa escolher qual financiamento atende suas necessidades, desde aquisição de equipamentos, isto é, máquinas, carros dentre outros.

O lixo nunca enriqueceu alguém e jamais vai enriquecer, fazer com que os cooperados se sintam empresários, ao meu ver, é puro engano, porque são empresários que jamais vão crescer ou ter saúde.O município não pode transferir esta responsabilidade da coleta seletiva para catadores, porque estes empresários jamais vão conseguir comprar uma frota de caminhões para coleta dos RSU e se comprar financiado por empolgação jamais vão conseguir pagar.

Essas pessoas cooperadas só querem viver, lutar e correr para tentar sobreviver dignamente . Assim como houve manifestações para tirar crianças de lixões, temos que pensar em qualquer ser humano , porque ninguém merece este tipo de vida.

As cooperativas têm sim de permanecer abertas, mais o poder público municipal com a responsabilidade de colocar a sua frota de caminhões para recolher os RSU e entregar no galpão de triagem.

Os aterros sanitários também tem que continuar a implantar mais com verbas destinadas exclusivamente para a manutenção dos mesmos .

Eu gostaria de poder garantir um futuro melhor para as gerações futuras.

Marilene Alves Ramos Dias

IX Seminário Nacional Sobre Resíduos Sólidos

21 a 25 de outubro de 2008

Local CUICA_ UFT/ campus universitário de Palmas - TO

Gurupi, 25 de outubro de 2008