ENTREVISTA COM O ENTREVISTADOR - LEANDRO SEVERO:????
* * * AVISO!!! AVISO!!! AVISO!!! * * *
ESTE TEXTO É DESNECESSARIAMENTE GRANDE. SE VOCÊ NÃO GOSTA DE "BLÁ BLÁ BLÁ" ALEATÓRIO, PIADAS SEM GRAÇA, ALGUÉM FALANDO DE SI PRÓPRIO, ENROLAÇÃO E AUTO-ANÁLISE MAL FEITA, FAVOR NÃO LEIA ESSA ENTREVISTA!
MAS... SE CLICOU... FICA A SEU CRITÉRIO. QUEM AVISA AMIGO É E OLHA QUE EU NEM TE CONHEÇO.
ESPERA UM POUCO. TEM CERTEZA QUE TU VAI QUERER LER? TUDO? DUVIDO! KKKK NO MEIO VOCÊ PARA. VAI DORMIR, VAI!
AINDA AQUI? SÓ PODE SER BRINCADEIRA!
ANDA! SAI LOGO DAQUI. TU NÃO VAI QUERER LER ISSO.
OK. TU QUE SABE. DEPOIS NÃO VÁ DIZER QUE PERDEU TEMPO DE BESTA. A CULPA É TUA.
PODE PULAR O RESTO DO AVISO SE QUISER E IR DIRETO PRO TEXTO. ESTÁ EMBAIXO DA LINHA FEITA COM ASTERISCOS.
OUTROSSIM, NÃO ESPERE NADA DE SURPREENDENTE, INTERESSANTE OU INTELIGENTE NISSO AQUI. VOU FICAR SÓ VIAJANDO NA MAIONESE FALANDO DE MIM, DE EU E DE MIM NOVO. E DE NOVO.
QUER LER? LEIA!
MAS LEMBRANDO:
EU TE AVISEI!
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"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo de Deus"
Sócrates
"'Se eu fosse eu' parece representar nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido."
Clarice Lispector
"Sempre é bom colocar a frase de um autor famoso. Deixa tudo mais bonito e inteligente, mesmo que não tenha entendido nada da frase."
Eu
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Não. Não vou falar que 2020 foi um ano difícil. Todo mundo sabe.
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Quando decidi fazer as entrevistas aos recantistas selecionados, fiz sabendo que eu não estava inventando a roda e que outros autores bem mais experientes que eu já realizavam essas interações neste site há muito tempo.
Agora, o que seria uma entrevista senão um momento de aproximação do entrevistado, no caso, do leitor com o autor? Onde ele se senta no nosso sofá da curiosidade e é colocado numa situação que o leva a se expor de modo natural, vulnerável, extraindo mais da sua essência. As perguntas fa-lo-ão (eita preula kkkkk) pensar bem antes de responder.
Meu foco não é a pessoa do autor (o que não há nada de errado nisso), mas sua experiência com a escrita e suas motivações. Obviamente cada um respondeu como achou mais apropriado e cada entrevista agregou muito para esse que vos fala (digita).
De modo que, ainda que a divulgação do nome da pessoa no mural e o anúncio da entrevista com a pessoa fosse feito no intuito de propagar seu trabalho e dar mais visibilidade ao seu talento, no fundo, a intenção principal foi o aprendizado. O meu.
Agora que peguei gosto por escrever e sei o quanto é árdua essa tarefa grafológica, ouvir sobre como outros autores (melhores do que eu) lidam com essa vocação da escrita é agradável, encorajador e, sobretudo, didático, uma vez que ensinam enquanto expressam suas experiências e nos fazem meditar se já vivemos algo semelhante.
(OBS: Se você chegou até aqui e encontrou algum erro na ortografia, não tenha vergonha de falar. POR FAVOR, ME AVISE!)
Foram 19 entrevistas e cada recantista revelou sua visão sobre a escrita e como ela se relaciona com suas obras.
E foram diversos autores com estilos e gostos diferentes.
Desde contistas, sonetistas, poetas, cronistas, romancistas ou gente como eu, entusiastas pela literatura e que tem o verbo "escrever" como um hobby ou um escape no infinitivo. Mesmo que temporário.
O fato é que são pessoas que gosto de ler e que me lêem (ou liam kkkk). Então o maior motivo da escolha das pessoas entrevistadas foi meu gosto pessoal por sua obra e minha afinidade com os tais.
Não tive jamais a intenção de receber visualizações se valendo do nome de recantista A e B. Até porque quem acaba recebendo maior atenção é o entrevistado e nunca o entrevistador.
Ilustremos isso com uma a cena pitoresca: Cristiano Ronaldo, grande atleta do futebol, decidiu dar uma entrevista para um reporter brasileiro. Ao final, tiram uma foto juntos e encerram a conversa.
Na manhã seguinte sai a notícia no jornal:
Cristiano Ronaldo foi entrevistado pelo GRANDE, FENOMENAL E BRILHANTE REPÓRTER FUTEBOLÍSTICO CHICO TONHO FEIJÓ, UM DOS MAIORES PROFISSIONAIS DA ÁREA DO JORNALISMO.
Então imagine que a matéria é mais focada nas perguntas do repórter do que no jogador. Nem sequer dá tempo para o Ronaldo português terminar de responder alguma coisa e a câmera foca no rosto de CHICO TONHO FEIJÓ. Filmando vagarosamente suas expressões faciais, o jeito que segura o microfone e cada microgota de saliva que escapa de sua linda boca.
Enquanto a entrevista é transmitida, um vídeo vai passando ao fundo com as muitas reportagens que o magnânimo CHICO TONHO FEIJÓ realizara. Paparazzis correm atrás do repórter e uma fila enorme de pessoas anseiam desesperadamente tirar uma foto com o grande entrevistador.
E o CR7? Quem liga?
Eu quero saber é de CHICO TONHO FEIJÓ!
Se a situação apresentada te pareceu fantasiosa demais, POR QUE CARGAS D'ÁGUA EU VOU QUERER GANHAR NOME EM CIMA DE QUEM ENTREVISTEI? EXPLICA PRA MIM, BRASIL?!
Entretanto, o que também quis nessas entrevistas foi fazer o autor se sentir importante. Leva-lo a ver a relevância de sua obra. Fazer o recantista ser mais... reconhecido, melhor dizendo, da maneira que ele merece.
(Noooooooosssssa!!! E eu sou famosão, né? Quase um Jô Soares ou um Amaury Jr. Vou obter cinco quatrilhões de leituras para o entrevistado. J. K. Rowling, Stephen King e Dan Brown que se cuidem, pois depois que Leandro Severo entrevista, próxima etapa é capa de revista (não a banda de forró)).
Apesar da ínfima repercussão que minha escrivaninha tem, é prazeroso para o autor que as pessoas se interessem pelo seu trabalho e queiram saber mais sobre suas particularidades. Seria o momento onde os segredos do sucesso e a magia do talento deste ou daquele escritor são compartilhados para inspirarem outras pessoas e formarem novos autores (e leitores).
Por isso, agradeço a cada amigo e amiga que aceitou o convite para as entrevistas. Alguns desses me lêem sempre, outros nem tanto. Tem gente que entrevistei que sequer vai lembrar meu nome kkkkk, mas o importante é deixar o registro de que as obras de bons escritores foram consideradas relevantes e suas experiências com a escrita nos foram apresentadas.
Alguns de meus favoritos não foram entrevistados não porque não desejei que estivessem aqui. O convite foi lançado à todos, porém, por motivos variados como falta de disponibilidade na ocasião ou timidez não estão aqui. No entanto, a esses deixo meu abraço carinhoso e meu muito obrigado por ter vocês entre meus preferidos sempre. Vossa obra fala mais alto e vosso carisma também.
E claro, eu vou tentar entrevistar de novo. Ninguém vai escapar não kkkkkk.
Meu mais sincero muito obrigado à cada um. A cada amigo, cada autor, cada companheiro de escrita. A amizade dos mais chegados e o talento de seus textos muito me satisfazem e alegram e rejubilam e regozijam e festejavazamvamzam e por aí vai. Sou fã docêis. S2
MAAAAAASSSS.... chegou a hora mais temida por todos. A hora da última entrevista do ano. E infelizmente não tenho outra alternativa.
Sim, amigo leitor. Esse é o momento onde você, se ainda não se arrependeu de continuar lendo isso aqui, irá se arrepender agora.
O entrevistado dessa vez será... eu.
E o que tenho de tão interessante para mostrar, compartilhar ou expor?
ABSOLUTAMENTE NADA!
Ok. Não serei um falso modesto, também. Tenho grandes ensinamentos a repassar. Um deles é entender que o primeiro passo para ser um grande escritor de sucesso é NÃO SER COMO EU NEM FAZER AS COISAS QUE FAÇO.
KKKKKKKKK
A convicção de que somente as pessoas que me aturam por dó... (digo...) as pessoas que me lêem porque curtem alguma coisa que produzo serão as únicas a chegarem ao final deste texto não me abala. Para saber se você leu tudo mesmo digite "Pombo" no comentário. É apenas um teste. Está cheio de gente aqui que não lê nada e comenta qualquer coisa só pra ganhar visita.
Mas a você que me lê, meu muito obrigado.
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"O que é próprio do humano? Próprio no sentido de apropriado... Sem dúvida alguma é a literatura."
Dante Gallian, vídeo sobre Homero no canal Casa do Saber
"Quem me dera agora, que as minhas palavras fossem escritas! Quem me dera, fossem gravadas num livro!"
Livro de Jó 19;23
"Escreva primeiro. Se arrependa depois. E a gente sempre se arrepende."
Dalton Trevisan
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(OBS: Não esqueça de me dar os toques na ortografia, belê?)
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Com o intuito de divulgar excel...
Ah! Pelamor! Não precisa disso mais não! Para de enrolar!
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CONHEÇA MAIS DE LEANDRO SEVERO:
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Que vergonha kkkkkk.
Anda Leandro. Começa logo!
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*QUANDO VOCÊ COMEÇOU A ESCREVER?*
Meus pais se conheceram ainda jovens na Paraíba. Quando casaram eles...
Tá. Parei.
Eu curtia fazer algumas rimas na terceira e na quarta série do fundamental. Eu era conhecido por ter certa habilidade em poetizar. Mas nunca fui popular em nada na minha vida e, com o tempo, isso também foi sendo esquecido por outras pessoas.
Não por mim.
Eu nunca fui um exemplo de leitor voraz. Lia quando queria. Quando gostava. Lia o que gostava quando queria. Pronto.
Volta e meia arriscava compor algumas letras de músicas. Horríveis, porém eu achava o máximo kkkk. Só tomando banho já devo ter gravado uns 7 CDs, cantado em diversos programas de televisão, ganhado 3 prêmios MTV, 5 Grammy Awards, 9 Oscar e 2 Copas do Mundo. Tudo isso tomando banho. Meus hits de maior sucesso foram "Sou Insaide", "Ai Draive a Car" e "Ai Tôchi In Goudi". Em inglês, lógico.
Depois parei por um longo tempo. Até conhecer o Recanto das Letras.
Minha namorada Allana Fernandes (linda, princesa e também recantista... ex recantista, na verdade. É uma pena) me apresentou esse site em 2018, quando iniciei a faculdade de Letras (incentivado também por ela).
Comecei postando poesias sem muita técnica ou importância com regras internas dos gêneros literários. As primeiras postagens foram UMA GRANDE MULHER e INSÔNIA. Ambas estavam num caderninho e passei para a plataforma. (Hoje esses textos estão repostados em grupos de três poemas num único texto aqui na escrivaninha).
Apesar de serem poemas, já tinha gosto por criar finais surpreendentes.
Acho que comecei a escrever ficção (geralmente contos) no término de 2018, foi quando aficcionei por filmes ou qualquer coisa com plot twists. (Tomei de propósito spoiler de inúmeros filmes só pra saber porque o final dessa ou daquela história surpreendia). Daí surgiu meu primeiro conto em capítulos: Carta Rasgada.
No terceiro semestre da faculdade, em 2019 se não me engano, tive uma materia que era literatura inglesa e meu grupo teria que apresentar um seminário sobre o conto BERENICE de Edgar Allan Poe. Havia outros seminários, mas esse em especial me instigou e fui atrás de tudo o que podia encontrar desse autor para estar afiado no dia da apresentação. Na verdade mais ouvi (através do canal Conto Um Conto) do que li Poe. Decorei muita coisa dele.
A partir disso escrevi contos com mais frequência. Comecei com terror, por ser o mais ""fácil"" e cultivei o hábito de ler ficção, tendo em vista que eu só lia literatura evangélica. O que ainda é presente em muitos dos meus textos e em minha vida).
Sobrevivi a primeira pergunta. Vamos à próxima!
*POR QUE VOCÊ ESCREVE?*
Por que?
Agora entendo porque alguns amigos tiveram dificuldade em responder essa pergunta. Também tenho kkkk.
Darei quatro motivos (amo tópicos):
1 - PARA FALAR
Imagine um mundo onde ninguém diz nada e sobre nada com ninguém. É horrível!
A comunicação é imprescindível para o ser humano. Ele precisa se comunicar. É uma questão de sobrevivência da sua própria história.
E eu preciso ter voz.
Agora voltando ao tema:
Quando se pega gosto por boas histórias, vai se criando a vontade de contar suas próprias histórias. Seja através de literatura, vídeo, áudio, filme, pintura, etc. E como mencionei a comunicação, nós também gostamos de falar e contar. Qualquer coisa que possamos produzir ou transmitir para outros. Algo que saia de nós. Queremos ser uma fonte para alguém.
E nessa necessidade básica de "contar algo", somos semelhantes a Sherazade em As Mil E Uma Noites que sobrevivia diante do rei ao contar uma história a cada noite, quanto à uma tribo indígena (que me fugiu o nome) que ao contar uma história, a pessoa que contou era venerada e precisava ser sacrificada. Contar histórias é caso de vida ou morte (Livro A TEORIA DO CONTO, de Nadja Gotlib).
Na prosa, a voz é mais racional.
No caso da poesia, é onde você está mais livre possível. E liberdade é uma coisa que só o escritor tem, pois ele pode escrever de tudo e sobre tudo. Poesia é a leveza e o peso da alma juntos. É o microdetalhe e o macrouniverso na metáfora, na sinestesia, na anáfora, na rima. Sua voz ali possui um poder mais específico.
No verso, a voz é mais emocional.
E ambos fazem a mesma coisa.
Por conseguinte, escrevo porque se eu não escrever, se eu não falar, não vivo... nem morro. Simplesmente não existo.
2 - Pra ser lido e ter meu talento reconhecido.
Não sou o melhor na minha área e nem em área nenhuma. Contudo, se eu não tiver pelo menos um pingo de certeza de que sou bom em alguma coisa, estou "frito e mal pago" como diz minha mãe. Ter noção da própria capacidade nunca é soberba, mas segurança. Segurança demais é soberba.
Retomando, quando postei diversas poesias e textos como CARTA RASGADA, algumas pessoas amigas gostaram, elogiaram e me senti muito motivado a continuar. Haviam inúmeros defeitos que não só ortografia. Coesão, coerência, métrica, linearidade, lógica, noções básicas de língua escrita, etc. Erros esses que só os vejo hoje. Porém, a paciência e os incentivos deles geraram o ânimo suficiente para me aperfeiçoar e continuar escrevendo. Até porque, se gostaram, é porque vão querer ler mais coisas minhas. (Nem sempre essa lógica funciona kkkk).
Confesso que não tenho um público exigente (na verdade não tenho público nenhum kkkkk). Entretanto, não tenho leitores rasos. Cada um possui uma profundidade de leitura diferente que uma simples conversa com eles me emociona e encoraja a corrigir isso ou aquilo em cada história.
Se alguém disser que não escreve pra ser lido e não se importa com isso, questione então porque a pessoa publicou (tornar acessível ao PÚBLICO) tal texto.
Dependendo da resposta, encerre o assunto. Eu quero ser lido, uai! Bah! Oxe! Nem que seja um cadinho, mas quero.
E o básico: quando elogiam o que fazemos, ou fazemos bem ou estão mentindo. Bom... alguns ainda leem e elogiam o que escrevo. E ninguém consegue mentir por muito tempo.
Então, por isso escrevo. Acho que gostam do que faço.
Eu acho kkkkkk.
3 - Para transcrever um momento do meu modo. (Mentir)
Marçal Aquino disse que ficou muito feliz ao saber que poderia ser escritor. Sendo assim podia mentir o quanto quisesse. Mentir no sentido de contar com outro olhar algo que viu, ouviu ou viveu. Acho que sou assim.
Tudo é poesia, diz a Recantista Carmen Lúcia. E é verdade. Tudo o que Deus criou Ele o fez através da sua palavra. Tudo é feito de palavras. João Cabral de Melo Neto que o diga, ja que em Psicologia da Composição ele diz que "a palavra é mineral" antes de virar verso.
Um momento com alguém que gosto, ou com quem não tenho muita afinidade, uma tristeza, uma alegria, uma piada, uma idéia, uma dor de barriga ao virar diarréia, uma borboleta voando, uma fila, uma nuvem com forma de elefante ou sorvete, o modo que o sol ou a chuva se apresenta, uma conversa com alguém, um livro, um ônibus, ou até uma entrevista, tudo gera um novo texto. Um novo olhar. Um olhar que só nossa mente pode gerar.
Existe um peixe raro chamado MACROPINNA MICROSTOMA. Feio pra burro! Esse peixe tem duas características interessantes:
- Seus olhos ficam dentro da cabeça, colados no cérebro.
- Só olham para cima.
O escritor é quase assim. Tem olhos normais, mas também olhos no cérebro, no coração, que só olham para a fantasia.
Rodrigo Gurgel diz que o escritor tem quatro olhos e duas visões: olhos carnais para ver o mundo e olhos invisíveis para ver os detalhes da vida e extrair significados novos ao colocar no papel através das palavras. As metáforas e comparações são o melhor exemplo disso. Novas formas de se falar a mesma coisa. Tem gente que ao ouvir ou ler uma frase fica com aquilo martelando. Aquela coisa já foi dita de diversas maneiras, só que alguém conseguiu falar a mesma coisa de uma forma diferente. Isto se dá porque alguém capturou o momento com outra percepção. Alguém abstraiu aquele fragmento de realidade com uma câmera interna da alma e ao fotografar, virou frase, poema, conto, filme, livro, série da Netflix.
Sem falar que, é a minha visão que passo. Por isso, escrevo.
4 - Pra desabafar e fazer o que não posso fazer na vida real.
Escrevendo eu mato quem eu quero, namoro quem eu quero, xingo quem eu quero, argumento sobre o que quiser. Eu pego o Salmos 82;6 e excluo o restante.
"Sois deuses".
Crio meu próprio mundo ao meu modo.
Porém, também desabafo. Isso é geralmente em poesia, mas tenho contos muito pessoais também. MASSAGEM, A CAIXINHA VERMELHA, ESCURO entre outros são mais desabafos de medos internos que ficção em si. Há muitos outros. Contudo, tomo a fala da poetisa MENINA DOS RABISCOS quando ela diz:
"Escrevendo eu posso dizer o que a boca é proibida de falar e executar o que ao corpo proibido de fazer."
Por isso, escrevo.
*O QUE VOCÊ ESCREVE?*
Bom, olhando minha escrivaninha tem de tudo um pouco. Aldravias, acrósticos, tautogramas, artigos (não no nível acadêmico e científico), poesias em geral, sonetos, contos, novelas (que chamo de contos em série ou com capítulos), crônicas (que tenho que voltar a fazer), haikais (que erro muito), entrevistas e por aí vai.
"Em tudo eu erro. Em tudo arrisco. Se acertar, não viro o disco." Inventei agora kkkkk.
Não domino gênero textual nem estilo nenhum, porém, essas experimentações são muito boas. Confesso que aprendi mais sobre língua portuguesa escrevendo que estudando. Mas isso é para a próxima pergunta.
Sobre essa: de tudo um pouco.
Sou como um pato: faço de tudo (voa, anda, canta, nada) e faço mal feito kkkkkk.
*COMO VOCÊ ESCREVE?*
Queria responder como Flaubert ou Graciliano Ramos, mas não sou nenhum deles.
Também não sou Stephen King, nem Gaiman, nem Poe.
Escrevo como consigo.
Agora segura que lá vem história.
Falarei somente sobre dois gêneros: poesia e conto.
Se é poesia, digito no celular e vai na hora. Publico como está. Depois vou corrigindo. Geralmente é quando sinto um "inshght", tenho uma ideia interessante ou algo me incomoda e quero pôr pra fora. Depois outras coisas surgem em minha mente e vou acrescentando. Raramente excluo algo de poesia.
Quando é conto, preciso ter tempo. Se perco o sono de madrugada (geralmente na sexta) e começo a escrever, não paro mais. Atentando-me ao cuidado com a ortografia só depois que o fluxo criativo acaba. Penso no que já escrevi e tento não repetir. Penso nos livros e coisas que li e reflito em qual elemento que vi em tais histórias podem ser úteis para a minha.
Revisar é um inferno de Dante. Escrever é um inferno. Arranca meu sono, meu sossego, minha fome, minha atenção, minha paz. Quando não vem o estalo inspirativo fico perturbado. Quando a inspiração vem, mas não consigo passar para a escrita perturba mais ainda.
E ainda corro o risco de em 99% do que escrevi ter errado.
Quando é para o CLTS (concurso literário de terror e suspense) a pressão é maior ainda. Aí sofro dobrado. Não participei da edicao 13 por ocupações da faculdade, mas também porque não conseguia terminar a história O CAMINHO DOS RELÂMPAGOS. A pressão de ser lido e julgado é tanta que penso, repenso e repenso o que repensei. A história precisa ser a melhor que já escrevi. Sempre quero que meu último texto seja o melhor que já publiquei. Isso é uma cobrança interna enorme.
João Cabral de Melo Neto dizia:
"Escrevo um verso. Ponho na gaveta. Daqui há 6 meses releio ele e vejo se cabe em algum poema."
No meu caso, fico de posse de uma idéia. Uma fagulha criativa. Se conseguir desenvolve-la agora, vou digitando no computador até onde der. Se não, deixo ela ali. No subconsciente ou anotada no bloco de notas do celular. Provavelmente a ideia vai aparecer com outra roupa, com outra cara, com outra forma, em outro texto. Mas é a mesma ideia. E então, poderei escreve-la.
Nos contos vou revisando aos poucos. Ao terminar de escrever, coloco no corretor ortográfico do Word e depois no LanguageTool.com. Ainda assim o texto podem conter erros que não são de ortografia, mas se gostei do conto, publico mesmo assim. Não que eu não revise atentamente, releia. Se vejo que está redondinho, publico.
Só um adendo sobre revisar:
Tento excluir o máximo de palavras repetidas, trocar pronomes (e evita-los. Principalmente "eu" "me" "ele"). Testo frases escritas lendo-as em voz alta para ver se soam melhor que outras. Acrescento coisas. Fico pensando até em que frase impactante o leitor A ou leitora X gostaria de ler.
*POR QUE VOCÊ ESCREVE O QUE ESCREVE?*
Por que?
Acho que, mesmo não dominando os gêneros textuais em questão, são os que tenho maior prazer em ler e em escrever. Não me sinto tão a vontade escrevendo artigos de opinião, tanto porque não possuo referencial suficiente para escrever, mas também porque não leio tantos. É questão de interesse mesmo. Como leio mais poesias e contos, me sinto melhor produzindo o que eu mesmo consumo. É mais "fácil" e até mais "legível" e digerível do que outros gêneros.
Foco nos contos porque são histórias curtas que movem o coração. Mescla realidade e fantasia. Um conto mexe com a imersão do leitor, com seu imaginário, fazendo-o pensar: "E se fosse comigo?" Ou (no caso de uma história com elementos fantásticos ou surreais) "O que esse símbolo quer dizer?" "Já pensou se isso acontecesse na vida real?".
Ex: em LIQUEFEITO conto a história de um homem que algumas partes do seu corpo viram água. Por envolver esse elemento, leva o leitor a pensar no porque em água e não em outra coisa. Escrevo tais coisas porque sempre instigam bastante nossa imaginação.
E sobre os versos/poesias que escrevo, é porque vejo onde a arte, o engenho e o saber podem se misturar para fazer algo cada vez mais belo. É o momento que através daquele texto posso extrair beleza de determinada coisa. Independente de qual. Até de um arroto. Não conseguiria fazer isso se escrevesse outras coisas.
*O QUE VOCÊ PRETENDE ESCREVENDO?*
O que pretendo?
Duas coisas:
COMPARTILHAR O ENCANTO e NÃO MORRER
- Sobre COMPARTILHAR O ENCANTO
Encantar, porque quem escreve é capaz de elevar nossos corações, tão envolvidos pela terra, ocupações, sentimentos e coisas daqui. Quando lemos, saímos um pouco do nosso chão. Quando escrevemos, inventamos nossa própria escada para o céu e ao publicarmos para outros lerem, convidamos outras pessoas para subir conosco e ver a montanha sentados na nossa nuvem. E quando a leitor gosta, é como se tivesse amado a experiência de ver a montanha dali, o escritor sente desejo de criar nuvens mais altas.
Pretendo que as pessoas que me lêem dêem risada do que acho graça, se emocionem com o que me emociona, se assustem com o que me assusta, fiquem chocados com o que me choca.
Escrever é desbravar uma aventura.
Publicar é pegar na mão de alguém e dizer:
"Vem se aventurar comigo. Vale a pena. Você vai gostar disso!"
- Sobre NÃO MORRER
Morrer todos vamos. Mas baseado na frase de Lygia Fagundes Telles:
"Me leiam e não me deixem morrer"
Como uma senhora de 97 anos pede para não morrer com essa idade? (Não me julgue. Você pensou a mesma coisa quando soube da idade dela)
Porque não morremos para eles. Permanecemos vivos com nossos textos dentro de cada um que nos lê.
Até hoje Hamlet grita "Ser ou não Ser?", o Pequeno Príncipe ainda vagueia pelo espaço, Bentinho jura que Capitu o traiu, o Sítio do PicaPau Amarelo permanece intacto, ninguém ousou chegar na Terceira Margem do Rio, Raskolnikov permanece justificando seu crime, Madame Bovary está viajando na maionese até agora, o Retrato de Dorian Gray está inteiro e mundos como Nárnia, Hogwarts, O País Das Maravilhas e tantos outros ainda são visitados. Seja por Sam e Frodo, por Dom Quixote e Sancho Pança. Os mares permanecem inexplorados escondendo seus Cthulhus e seus Shoggoths. Moby Dick deve comer restante do monstro de Frankenstein ou do Nautilus do capitão Nemo e Odisseu permanece viajando entre mundos. Dante entre infernos, purgatórios e paraísos.
Todos esses autores morreram, mas permanecem vivos no imaginário popular e na mente de quem um dia leu alguma coisa deles.
Vou contar uma experiência. Senta que lá vem história:
Lembro de uma feira de profissões da minha faculdade. Naquele dia havia vários alunos do ensino médio que visitavam a Universidade para saber em que curso ingressar. A estratégia da minha sala foi separar alguns componentes para irem trajados de personagens ou de escritores famosos. Eu fui fantasiado de Fernando Pessoa (minha roupa de igreja, um chapéu de sambista e um bigode mal desenhado com giz preto) e junto com outros (Um Machado de Assis de brinco na orelha e sem barba, um Hamlet que era só um cara segurando um crânio de plástico e, mais tarde, um jedi. Sim. Um jedi com sabre de luz e tudo) saímos entre os corredores repletos de gente e gritávamos até chegar no pátio:
"ESTAMOS MORTOS! NINGUÉM NOS LÊ! A LITERATURA MORREU! ANOS E ANOS ESCREVENDO A TOA!"
Então abordávamos alguns jovens (que claramente seus olhares confirmavam sua estupefacção) e perguntávamos se nos conheciam. Quando diziam que não, citávamos algo do autor. Eu declamava um poema de Fernando Pessoa/Heterônimos e eles ficavam encantados quando dizíamos:
"Decidimos ressuscitar em carne e osso para que vocês nos ressuscitem em leituras. Hoje nós viemos até vocês para convidá-los a irem até nós."
Foi fantástico
Não conseguimos levar ninguém pra sala kkkkkkkkkk.
Creio que isso é não morrer. Daqui há cem anos vão lembrar de mim por um texto publicado. Ali, eu "ressuscito". Continuo vivo para alguém.
*SE INSPIRA EM ALGUM(A) AUTOR(A)?*
Em vários e em nenhum.
Horácio Quiroga em seu 10 MANDAMENTOS DO ESCRITOR diz que devemos ter um mentor ou um autor principal. Acho impossível.
Sou cópia da cópia de outros copiadores. O que me agrada de cada coisa que leio, assimilo, copio ou altero e coloco do meu jeito.
Não citarei nomes porque todos são inspiradores. Até os anônimos. Até os famosos. Até os ruins.
Embora ler de tudo um pouco é aconselhável, concordo com a youtuber e editora Laura Bacelar do canal Escreva Seu Livro quando ela diz que se deve ler o que gosta para gostar mais de ler.
O que posso citar é que: de cada recantista do site Recanto das Letras e de cada autor famoso que um dia li aprendi algo valioso. Sou um quebra-cabeça feito da contribuição de cada autor e leitor.
Mas é impossível não citar o livro de maior influência em minha vida: a bíblia sagrada.
*QUAL SEU PIOR TEXTO E POR QUÊ?*
A questão seria: PIOR EM QUE SENTIDO?
Agora tentando responder a pergunta:
Rapaz... nem sei. Falando a grosso modo, nenhum. Não porque eu não erre a mão. Eu mais erro que acerto. Mas o apego aos textos como filhos é algo real e me vejo na mesma situação.
Geralmente penso em contos mal desenvolvidos. Coisas no enredo que eu trocaria se fosse ler aquilo meses após a publicação. Poesias que possuem erro na métrica ou escansão rítmica das sílabas poéticas. Ou alguma palavra ali não combina com o sentido do texto. Qualquer outro texto posso ter errado por inexperiência no estilo. Ainda assim não considero ruim.
Entretanto, deixo duas ressalvas:
Como o que mais gosto de produzir são contos, criticarei minhas falhas nesse gênero.
Creio que devo ter 2 textos que não são tão agradáveis:
FRAGILIDADE e DOR DE DENTE
FRAGILIDADE porque é um conto sobre um homem que tem uma fobia curiosa: ele tem medo de que um pato esteja te observando.
A ideia em si era maravilhosa, diferente, só que como não tinha tanta técnica de escrita na ocasião que escrevi, algumas coisas não ficaram legais. Errei muito do tempo verbal e outras coisas. Misturei linguagem culta com coloquial.
Meu maior erro foi ter enviado essa história para ser narrada no YouTube pelo canal Conto Um Conto (que aliás, fez um ótimo trabalho). Porém, creio que ela tinha mais caldo para dar e extraí pouca coisa dela.
DOR DE DENTE: quis ser criativo. Fui. Quis ser estranho. Fui. Quis chocar. Consegui. Quis ser outra pessoa. Aqui foi meu erro.
Ainda que algumas pessoas disseram que gostaram, outros nem tanto. Alegaram que aquele conto nada tinha a ver comigo e com meu estilo. Foi algo que, segundo alguns deles, me descaracterizava. Isso é bom e péssimo.
Bom porque consegui fugir do meu estilo e não ser um autor de um caminho só. Péssimo porque leitores antigos tem o faro mais aguçado e sinceridade mais firme. Ou seja, errei feio em alguma coisa ali que não percebi na hora.
Teve uma pessoa que disse que era algo bem "gore". E se tem uma coisa que detesto na literatura e em qualquer história é o gore (horror visceral de órgãos expostos, tortura, sangue, tripas, etc). E quem diria: me tornei o que mais odiava.
A história não é ruim na minha opinião. Só é meio doida. E ser criativo não é ser doido. A criatividade pode incluir doideira, mas a doideira em si nunca será criatividade, já que a última possui coerência e a primeira só falta de lógica mesmo.
Não menciono poesias nem outros gêneros como crônicas, aldravias, etc, pois creio que, mesmo na minha simplicidade e ignorância, eles cumpriram seu papel.
*PODERIA DIZER DE CABEÇA QUAL O SEU TOP 5 TEXTOS AUTORAIS?*
É obvio que não! Que pergunta kkkkkk.
Sempre considero meu último texto melhor que o penúltimo, tanto porque ainda estou muito apegado a ele por ser recente, quanto pelo tempo que se passou desde a publicação de outros que fui me desapegando.
Mas... tentarei na medida do possível fazer isso.
Porém, como a entrevista é minha e tenho quase certeza que não tem mais ninguém lendo, farei um acréscimo:
Antes de citar meu injusto top 5, falarei de alguns textos em particular.
Sobre poesias: considero todas perfeitas. Na minha opinião. Gosto particular. Assim como os outros gêneros textuais que não pratico com frequência.
Falemos então dos contos:
O MOTORISTA DA UBER:
Foi o conto mais lido por quem não era do recanto das letras. Muita gente viu minha postagem no Facebook divulgando o conto, achou curioso o título (porque na época a Uber estava começando a ganhar popularidade onde moro) e gostou do texto, recomendando para várias pessoas. Foi muito bacana.
REFLUXO:
Foi o primeiro conto que escrevi que me tirou o sono. Foi inspirado num refluxo horroroso que tive por quatro meses. Quando comecei a escrever a história, era 23h da noite. Parei às 6h. E assim como eu não dormi, algumas pessoas que leram também perderam o sono. He he.
O PERFIL MISTERIOSO DO RECANTO (série em capítulos):
O que O MOTORISTA DA UBER fez com não-recantistas, essa novela fez com recantistas. Imaginei um hacker invadindo a plataforma e criando um caos com duplo propósito. Foi uma das mais criativas e (creio eu) a história sobre recanto das letras que teve mais repercussão. Ali a maioria de leitores novos foram recantistas.
VALE DAS FLORES (serie em capítulos):
Por ter um dos finais mais impactantes e por envolver o gênero CARTA, que tanto sou fã. A história é baseada numa guerra na Tailandia onde Jadhina, uma refugiada com seu esposo e filha, escreve cartas para seu filho. Algo acontece com um personagem aí (Não posso dar mais informações. Qualquer coisa é spoiler). O final é absurdo de forte.
E A VIDA QUE ARDIA SEM EXPLICAÇÃO:
Foi o conto vencedor do CLTS 10. Possui 3 plot twists. Inspirado na minha experiência de três anos de telemarketing. Peguei um conceito muito usado (Noite sem fim. Eclipse lunar e escuridão constante) e inverti. "E se fosse o contrário e o sol nunca mais quisesse se pôr?". Vale a pena a leitura.
CAIXA DE FÓSFOROS (serie inacabada):
Infelizmente, considero esse um dos meus melhores trabalhos e também maiores fracassos. Aqui entrei a fundo no realismo mágico. A história de um jovem que ganha uma caixa de fósforos do avô falecido. Quando ele risca um fósforo, sonho e pesadelo se misturam à realidade. Tive um bloqueio criativo e não pude concluí-la. Mas até onde escrevi vale muito a pena.
NÃO DESLIGUE!!!:
É uma de minhas preferidas e isso é particular. Um medo pessoal: telefone tocando de madrugada. Isso pra mim é bastante assustador. Mas o conto tem algo pior ainda.
UM JANTAR COM FAROFA/MASSAGEM/QUANTO CUSTA?
Contos cotidianos que são.... literalmente experiências vividas com pitadas de ficção. Tais contos me ajudaram a entender cada vez mais que tudo pode ser ocasião para contar uma boa história. Amo contos cotidianos pois tocam no ponto central da nossa vida.
A SAIA FALANTE
Um dos mais engraçados. Dessa vez a experiência não é minha, mas de uma família muito querida da minha igreja que me contou (muito resumidamente) esse ocorrido. Eu então troquei os nomes, exercitei muito a imaginação e tentei recriar a cena. Riram a bessa e disseram que parecia que eu estava lá, pois como não me contaram muita coisa, praticamente ""adivinhei"". Um dos meus preferidos sem dúvida. Morro de rir ao sempre que penso nele kkkk.
Agora vamos falar nosso top 5.
5 - O VELHO QUE CONTAVA HISTÓRIAS
Conto inspirado no falecimento do meu avô. É sobre um idoso que gostava de inventar histórias bem diferentes.
Um fato curioso sobre este conto, é que quando meu avô faleceu infelizmente eu já não tinha tanto contato com ele há anos (ele estava na Paraíba). Em sua morte, fiquei triste, mas não chorei.
Um mês depois, escrevi o conto pensando em outras coisas. Nem lembrava do ocorrido.
Quando escrevi o final dessa história chorei horrores e li para minha namorada Allana. Ela se emocionou também. Foi então que (formada em psicologia) me disse:
"Léo... e se você escreveu esse conto para expressar seu luto e a saudade do seu avô, já que você não conseguiu exprimir no momento que ele faleceu?"
Disse tudo.
4 - PÓ DE GIZ
Inspirado no tempo que estava fazendo estágio numa escola pública (a mesma que um dia estudei quando adolescente). Ver aqueles meninos e meninas de sétima série naquela sala de aula me trouxe muita saudade da minha época. Então, criei um ambiente escolar sem nenhuma descrição. Apenas com diálogos.
No conto, as coisas desaparecem nesse escola. Agora COMO desaparecem que é a cereja do bolo.
Peguei a ideia de uma piada do Whindersson Nunes quando ele disse que toda a moeda que ele deixava cair no chão de casa, simplesmente sumia.
Disse tudo kkkkk.
3 - B'MIDBAR
Foi a história mais difícil de escrever. Levei um mês e meio editando, revisando e reescrevendo. Sem falar que é meu conto mais cristão.
A história é sobre migrantes do continente africano que tentam fugir da miséria e da opressão em seus países. Entre eles está Kafara, um recém convertido ao cristianismo que cuida de seus dois irmãos pequenos.
Todo o grupo precisa atravessar o continente e chegar até a fronteira entre o mar e a Itália para tentar uma nova vida. Mas tendo um inimigo devastador pela frente:
O deserto do Saara.
Tomei por inspiração a terrível tragédia dos 70 corpos encontrados no Saara. Todos mortos por desidratação e fome.
Uma história de fé e esperança. E custou bastante pesquisa.
2 - O CAMINHO DOS RELÂMPAGOS
Por ser a mais recente, mas também (em minha opinião) a mais chocante. Ela mistura tudo o que gosto num conto e tudo o que aprendi sobre escrita. Poesia na prosa, antítese, metáforas, drama, suspense, realismo mágico, terror, frases fortes e um final arrebatador de surpreendente. Muitos choraram ao concluir a leitura. Até gente que não tinha costume de ler minhas coisas ficou impressionado quando teve contato com essa história. Esse conto arrancou meu sono, levei a madrugada inteira escrevendo e de tão forte que acho que foi, ao terminá-lo me senti esgotado. Drenou toda a minha inspiração. Exigiu MUITO esforço mental e emocional para existir. Pra eu me recuperar vai levar um tempinho. Kkk
1 - ??????????
Algumas pessoas já sabem qual é. Confesso que pensei muito sobre esse texto, contudo, não consigo achar outro que o substitua até agora. E sim. Estou falando de CARTA RASGADA
*NA SUA OPINIÃO, QUAL O SEU MELHOR TEXTO E POR QUÊ?*
CARTA RASGADA (série em capítulos - novela)
Essa novela está em primeiro por muitos fatores.
É uma história de um relacionamento que acabou. O personagem principal termina o noivado e agora vai procurar emprego. Consegue um serviço de carteiro e começa a trabalhar justamente na região onde sua ex-noiva mora atualmente. E claro, ela recebe cartas. Ele agora precisa lutar contra o sentimento. De quem são essas cartas que ela recebe? O final... nem preciso dizer nada né?
a) Foi meu primeiro conto.
Na época não entendia nada de conto, teoria, narrativa, coesão, ritmo, concisão, etc. Ele possui diversos erros desse tipo. Mesmo assim, ainda contém o frescor de primeira tentativa. E pelos resultados, creio ter sido muito feliz nessa história.
b) O protagonista... sou eu e a Allana está inclusa.
Nem nome coloquei no cara e como eu não sabia nada sobre criação de personagem, eu coloquei todos os meus trejeitos nele. Foi uma experiência super divertida. Além do mais, a moça por quem ele se apaixonou e entrega as cartas se chama ANA SANTOS FERDINANDO. Soa familiar? Kkkkk
c) Se trata de uma comédia romântica
Se você já assistiu filmes assim, já sabe do que se trata meu texto. Não é terror nem suspense, mas é justamente a leveza do romance que torna a história única. E forte.
d) Poesias
O protagonista ama escrever poesias. Então volta e meia existem poesias pelo conto inteiro. Uma mais linda que a outra.
e) 90% choraram com o final
Tem gente que chora só de lembrar. Nem eu sei porque choram kkkkkk. Brincadeira a parte, é realmente emocionante.
f) É a história mais amada e mais lembrada por quem me leu. Nenhuma outra história é tão citada para que tenha parte 2 como essa. As meninas e irmãs da minha igreja vivem pedindo que eu faça outra história semelhante a essa. Nenhuma outra possui tanto carinho recebido por quem leu.
g) Única
Não consigo produzir nada que chegue aos pés dela. Posso criar enredo melhor, escrever melhor, revisar melhor. Mas ela é única porque tem tanta camada e reviravolta que me pergunto como consegui fazer tais coisas. Só a misericórdia e a graça de Deus mesmo. É uma história com um impacto que considero irrepetível.
Por esse motivo, CARTA RASGADA é meu melhor texto.
*SE VOCÊ PUDESSE OPTAR EM VIVER SÓ DO QUE ESCREVE, VOCÊ OPTARIA? POR QUE?*
Acho que sim.
Não falarei de mercado editorial ou que o Brasil lê pouco. Pensemos no mundo ideal. O mundo real é ruim.
Creio que sim porque gosto de escrever e gosto de ser lido. Cheguei a receber uma linda e maravilhosa homenagem da moça da minha igreja Elaine Maria (MENINA DOS RABISCOS) que juntamente com outras meninas (Sarah Maria, Thassyane Gomes, Daniele Lima, Sarinha, Nick Beatriz) imprimiram alguns contos meus e fizeram um livro para mim. Foi entregue no amigo secreto de fim de ano na minha congregação. Imagina a cena: a igreja lotada vendo a homenagem, aplaudindo e gritando: "Poeta! Poeta! Poeta!". Choro só de lembrar. Está no meu facebook o vídeo.
Penso no dinheiro?
Não. Se eu pensar no dinheiro (minha opinião) não consigo produzir. Penso em ser lido. Se for lido, vender um livro será um prazer.
Agora, se eu aguentaria a pressão de viver SÓ de literatura, não sei. É algo a se pensar. Alguém me cobrando livro até a data tal... logo eu que odeio prazos... kkkkk
*TEM ALGUMA PERGUNTA QUE NÃO FOI FEITA E VOCÊ GOSTARIA QUE ELA FOSSE FEITA SOBRE ESSE TEMA?*
Tem.
(Relaxa que ninguém está lendo mais. Se ainda tem alguém lendo, comente no final "Cebolas".)
O que é escrever?
Escrever é esculpir uma obra. Uma estátua. Quando se escreve se pega a pedra bruta e esculpe uma obra. Quando se revisa, se remove o excesso e repara as arestas e, feito mágica, tira da pedra uma linda escultura.
Escrever é colocar as emoções no papel.
É criar novos meios de falar o que a boca não consegue.
Escrever é criar o próprio mundo ou colocar o seu mundo num texto e fazer o que quiser com tudo ali.
Escrever é desabafar
Escrever é apresentar seu talento de modo legível.
Escrever é se fazer entender. Entendedor. Entendido.
Escrever é pôr pra fora o que não pode mais ser contido.
Escrever é como entrevistar a si mesmo.
Escrever é mentir falando a verdade.
Escrever é um meio de descrever e conhecer o ser humano.
Escrever é manter a vida viva mesmo após morte
*SE VOCÊ PUDESSE DIZER ALGO PARA QUEM QUER ESCREVER, O QUE DIRIA?*
Não existe impossível para quem tenta a primeira vez. Se os impossíveis aparecem no decorrer do caminho, faça tudo de novo como se fosse a primeira vez.
Se vão ler, escreva.
Se não vão, escreva.
Se você domina a escrita, escreva.
Se não, escreva.
Assista filmes, séries, desenhos... ouça músicas. Isso serve para inspirar.
Leia. Leia o que gosta. Independente do gênero ou do estilo. Seja feliz com o que lê e será feliz com o que escreve.
Treine. Poste. Publique. Não tenha medo nem vergonha.
Existem muitos sonhos enterrados e muitos outros abortados. Essa é a situação de tantos.
Mas não precisa ser a sua. Escreva a sua situação atual.
Do seu jeito. Depois de outros jeitos. Cada dia escolha um jeito.
Escolha as conjunções, preposições, as palavras melódicas. As palavras que mais falaram com você. As que você mais sabe usar. Não desista! Vai! Escreve!
Faça o que Jesus disse ao apóstolo João em Apocalipse:
"As coisas que vos digo, escreve..."
Ele não poderia mais pregar com a força e vigor de antes, pois estava com a idade avançada e preso pelo império romano na ilha de Patmos, mas poderia escrever.
NÃO EXISTE CADEIAS PARA A ALMA LIVRE QUE ESCREVE.
VAI! TENTA!
Não se espelhe nos famosos. Seja você um espelho. Sonhe. Brinque com as palavras. Guarde-as depois.
No final, até sua lápide e sua certidão de óbito terão palavras. Melhor se familiarizar com elas agora, não?
QUE DEUS EM CRISTO TE ABENÇOE MUUUUUIIIITOOOO!
JESUS TE AMA!
"Porque Deus amou VOCÊ de tal maneira, que enviou seu Filho Unigênito (JESUS), para que todo aquele que nele (EM CRISTO) crer não pereça (NÃO SEJA CONDENADO), mas tenha a vida eterna"
João 3;16
MARAVILHOSA E MAIS QUE HONROSA INTERAÇÃO RECEBO DO POETA CRIADOR DO REDONDE AQUI NO RECANTO (TAMBÉM ENTREVISTADO):
FRANCISCO DE ASSIS GÓIS
//Feito um pombo correio/
Já foste até um carteiro!/
E aqui no nosso meio/
És um escritor ligeiro./
Dispenso angu com caroço/
E cebolas no almoço,/
De versos eu me rodeio!/
Já nos contos és certeiro,/
Feito um pombo correio/
Já foste até um carteiro!///
(Ele conseguiu criar um poema com meu código kkkkk. Nunca duvide da habilidade de um mestre como esse poeta Francisco)
E nossa querida mestra ESTHER LESSA sem nem pestanejar já mandou uma poesia lindíssima. Essa mulher não me escapa da entrevista esse ano kkkk:
IMORTALIDADE///
/TRAZES TEXTOS ENCANTADOS/
PARA QUEM OS QUEIRA LER/
HÁ DE TUDO. SÃO VARIADOS.../
BRILHANTISMO A VALER!/
TENS NOSSA ADMIRAÇÃO/
POR TUA BOA VIBRAÇÃO/
SERÁS PRA SEMPRE LEMBRADO/
PELO OFÍCIO DE ESCREVER/
TRAZES TEXTOS ENCANTADOS/
PARA QUEM OS QUEIRA LER//