Mateus Ferreira - Diversidade cultural

Opinando e Transformando

Mateus Ferreira – Está no último ano da graduação em Ciências Sociais e Políticas Públicas na UFG é formado em Informática para Gestão de Negócios pela FATEC - São Paulo. Trabalhou durante muitos anos na área de sistemas bancários. Decidiu vir para Goiânia com o objetivo de estudar e entender o que as pessoas, especialmente as mais simples esperam da política.

Entrou na UFG e deu continuidade a uma luta que começou lá em 2013 pelo passe livre e por melhores serviços públicos e dignidade pras pessoas. É atuante nos movimentos sociais, junto com professores e estudantes. Participou das lutas contra o golpe, contra o teto de gastos da educação, pelo passe livre estudantil e contra as OSs na educação.

Em 28/04/2017, durante uma manifestação contra reforma da previdência do Temer, junto com professores, outros estudantes e trabalhadores, sofreu uma agressão policial que poderia ter interrompido a sua vida. Em coma por seis dias, duas cirurgias, uma prótese na testa e uma vida marcada para sempre lhe colocou mais próximo das dores e angústias da nossa gente, muitas vezes, invisibilizadas.

Recebeu muita solidariedade, gentileza e acolhimento do povo goiano, hoje ele se sente goiano de coração e tem um forte desejo de retribuir todo esse carinho através de ações concretas na política. “Uma sociedade justa e segura se forma através da educação, da inclusão social e com respeito aos Direitos Humanos.” (Mateus Ferreira)

Em sua opinião, o que é cultura de paz?

Nós vivemos em uma sociedade de conflitos latentes e reais. É papel dos governos pacificar a sociedade por meio de políticas que reduzam as desigualdades de renda, de gênero, de raça e todo tipo de preconceito. Promover a justiça social e integrar as pessoas a sociedade é promover uma cultura de paz. O principal instrumento de inclusão social é a educação.

Como podemos difundir de forma coerente a paz neste vasto campo de transformação mental, intelectual e filosófica?

Não basta transformar as mentes, mas transformar a estrutura em que a sociedade está fundada. Onde alguns poucos tem muito e a grande maioria não tem nada ou muito pouco.

Como você descreve a cultura de paz e sua influência ao longo da formação da sociedade brasileira/humanidade?

A sociedade brasileira é fundada no conflito e na exploração das pessoas. Desde a colonização, com a escravidão, massacre de povos indígenas e tradicionais e o abandono das pessoas a própria sorte, sem terras e sem meio de subsistência o que originou grandes bolsões de pobreza em todo país.

A cultura, a educação liberta ou aprisiona os indivíduos?

A cultura é progressista e inerente de qualquer sociedade humana, cabe a nós promovermos as diversidades culturais. A educação pode ser libertadora quando estimula os indivíduos a pensarem por si próprios e quando unimos os métodos científicos às vivências pessoais. A educação pode também aprisionar se for usada por poderosos para doutrinar e não para educar.

Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância na difusão do despertar da humanidade.

As ferramentas digitais nos trouxe uma nova dimensão na capacidade de difusão do conhecimento e informação. Mas é também uma ferramenta para difusão de mentiras, teorias da conspiração e falsas verdades. É preciso educação para evitar que as pessoas sejam enganadas, as ferramentas digitais são perigosas porque massificam ideias e a infinidade de informações pode produzir desinformação a medida que não é possível aprofundar nos temas. As pessoas acabam se informando por memes e ideias muito resumidas.

Qual mensagem você deixa para a humanidade?

Estamos num momento crucial da história da humanidade, porque nesse momento somos capazes de destruir todo um planeta, temos capacidades e meios pra isso. A pandemia demonstra nossa falta de capacidade de agir globalmente de maneira coordenada. O egoísmo de lideranças políticas por todo globo nos lança num terreno de desesperança, aquecimento global, imigrações em massa, e a fome no mundo todo que poderia já ter sido resolvida se não pensássemos apenas no lucro. É preciso repensar nosso sistema econômico e produtivo de maneira que sirva efetivamente as pessoas, com sustentabilidade e responsabilidade social. Não dá mais pra aceitar esse sistema econômico predatório que só destrói o meio ambiente e promove a miséria em todo mundo, é preciso que tenhamos todos consciência que somos parte desse meio-ambiente e ao destruí-los destruímos a nós mesmos.

Dhiogo J Caetano
Enviado por Dhiogo J Caetano em 05/09/2020
Código do texto: T7055333
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